sexta-feira, outubro 24, 2008

A seguir cenas do próximo capítulo

Rapaz, essa coisa de continuação de filme não acaba nunca, não?? Affe!!!

É um tal de Rock 1, 2, 3, 4. Sexta-Feira 13 167, 168 e 169. O Homem-Aranha já vai pro 4. Batman até já perdi a conta, porque muda o diretor aí muda também a numeração. Tão dizendo por aí que o Homem de Ferro 2 já tá em andamento. Será uma crise generalizada de criatividade???

Bom, serei um pouco menos radical. Em relação aos personagens de histórias em quadrinhos, eu até entendo. Melhor, até incentivo, pois são muitas as histórias e não teriam filmes suficientes pra ilustrá-las. Mas e quando não são dos gibis, coméquifáiz?

Desde que o mundo é mundo e que o cinema existe, as continuações fazem parte da história da sétima arte. Mas tem coisa que eu, honestamente, não entendo. Li esses dias que roteiristas estão trabalhando numa continuação do Blade Runner. Isso mesmo, o famoso Caçador de Andróides, de Ridley Scott. Agora o mais interessante: a continuação não tem participação nenhuma do diretor e dois empolgados estão animadíssimos com a idéia. Peraí, né?? Tanta coisa já cercou esse filme que arriscar uma continuação seria motivo pra medo, muito medo. Primeiro o diretor achou de declarar publicamente, quase 20 anos depois de fazer o filme, que o detetive vivido por Harrison Ford também era um replicante. Sendo assim, qual o problema de se apaixonar pela andróide Rachael, interpretada por Sean Young, não é mesmo? Ok. O filme foi considerado "muito difícil" pelos produtores que mandaram que fizessem um arremate no final, com uma narração de Ford meio que ajudando o espectador a entender a parada. Beleza. Não satisfeito, Ridley Scott vai e lança, anos depois, a "versão do diretor", sem cortes e sem a narração explicativa. Então chegam duas criaturas-sem-ter-mais-o-que-fazer e decidem que o filme merece uma continuação. Que continuação, gente??? De uma coisa que o povo nem entendeu direito até hoje?? Ah não!!! Primeiro vamos explicar bem direitinho, né???

Mas não é só de filme noir que as continuações sobrevivem. Bill Murray já andou comentando por aí que vai rolar um Caça-Fantasmas 3. Que tal??? Gente, eu amei esse filme quando criança. Será que vai dar mesmo certo? Os caras se desentenderam durante as filmagens do segundo filme e não se dão muito bem até hoje, segundo dizem as más línguas. Ghostbusters já virou jogo de videogame, seriado e novela. Será que vinga uma outra continuação ou já saturou?? Isso me cheira à coisa parecida com o que rolou com o Indiana Jones. É porque a gente gosta mesmo de falar mal, né? Tava todo mundo com medo do que viria e o quarto filme da seqüência terminou surpreendendo o público. Afinal, o arqueólogo sessentão foi poupado, manteve-se a ironia do personagem e ainda inventaram um filho pra provar que ele tá mesmo velho. E eu achei tão legal que vi o filme duas vezes. E aí, vai encarar??

Agora, quero só ver Bil Murray e Dan Akroyd eliminando fantasmas e correndo de bonecos gigantes de marshmallow nos dias de hoje. E olha que eu acho que esses dois já passaram dos 60, hein??? Vai ser, no mínimo, muito engraçado. Vai ver, é isso mesmo o que eles querem, né? Esperemos pra ver.

Beijinhos amedrontados com o que vem por aí.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Adivinhe quem vem para o jantar!!!


Indo pra um evento no Museu Nacional da República, às 11h da manhã de uma quarta-feira, ligo pra uma amiga pra avisar e então ela me diz:

- Querida, infelizmente não poderei ir. Mas olha, bom você saber que tá confirmada a presença do Lula.

- Do Lula? Jura? Ah não, sério? Lascou!

Sim, acho que no país todo as pessoas devem achar o máximo ir a um evento com a presença do Presidente da República. Longe de mim achar ruim, mas acho também que só aqui em Brasília costumamos relacionar isso a alguns fatores que certamente irão acontecer:

1. Atraso no evento por conta do cerimonial da Presidência e da vinda do Excelentíssimo que deverá ser esperada até o último momento, como prevê o protocolo;

2. Congestionamento ou na ida ou na volta. Ou até mesmo, em ambos. Já que quando se fala na palavra "Presidente da República" em um evento, aparecem os "amostrados" de plantão que não podem perder a chance de querer aparecer. E aí, meu amigo, pode contar com uma quantidade inesperada de carros se dirigindo pro local.

3. Falatório-sem-fim não só do Lula, mas também de todos os presentes que aproveitam a deixa pra dar um recado perante a autoridade maior do país. Afinal, o "homem" tá lá te ouvindo, né???

Dito e feito. Cheguei ao evento, na hora marcada junto com uma amiga. Nos sentamos e esperamos por UMA HORA o início da solenidade. Deu meio-dia, sol de rachar o coco do lado de fora, umidade (ou melhor, a falta dela) beirando os 20%, horário do almoço se aproximando e... nada do Lula chegar. Consequentemente, nada do evento começar.

Uma hora e meia depois não dava pra esperar mais, já que eu entraria no trabalho às 13h e ainda tinha que comer alguma coisa.

Entramos no carro e pra minha grata surpresa, um congestionamento-miojo se formou à minha volta: "ficou pronto em três minutos!". Pronto. Nada melhor do que estar dentro do "Negão", vulgo meu carro, que é preto por fora e preto por dentro, num calor de cozinhar os miolos. Praticamente um forno de microondas ambulante.

- Ei, você aí da frente, no carro do Corpo Diplomático!!! Pode ir um pouquinho só pra frente pra que eu possa manobrar??

- Hein??? Rola não, ó.

- Ei, você aí de trás, dá uma rézinha que aí a gente consegue sair pela lateral.

- Hein??? Neeem!!

Tão bom quando as pessoas não cooperam, né?? Que ódio!!! E de repente, não mais que de repente, as pessoas começam a sair de seus carros. Então descobre-se que uma van era a culpada de tudo. Pra completar, a notícia de que "o motorista do Ministro disse que não vai sair dali porque chegou primeiro" começou a se espalhar. Os ânimos foram se exaltando, o calor aumentando... Não resisti e gritei da janela do meu carro:

- Ministro? Qual Ministro???? De que pasta???

Jornalista é fogo, já quer informações pra que a coisa vire logo notícia... então minha amiga sai do Negão e se encaminha com seu "corpo literalmente diplomático" e fala com cada um dos motoristas envolvidos no evento. Prontinho. A van sucumbe, dá ré, joga o carro pra lado e todo mundo começa a se movimentar decentemente. Conseguimos chegar sãs e salvas ao restaurante, embora um pouquinho derretidas e preguentas de suor.

Se o Lula chegou, eu nunca soube. Se falou, muito menos. Sem querer ser chata ou esnobe, mas que a gente solta um bom "Putz!" quando sabe que ele vai aparecer em algum evento, isso realmente rola. E nem é culpa dele, na maior parte das vezes, mas do aparato que se monta por conta disso. Fazer o que?? Só me resta me conformar por morar na capital do país e, depois de tudo isso, ter que parar na faixa de pedestres pros Dragões da Independência atravessarem, a caminho do trabalho. Definitivamente, isso é muito Brasília!!!

Beijinhos de uma brasiliense agoniada e conformada.