quarta-feira, abril 18, 2012

Constatações de uma vida inquieta


Aí que eu fiz 36 anos há umas duas semanas e encontrei um post deste blog que escrevi no meu aniversário de 29 (isso mesmo, há sete anos, direto do túnel do tempo). Achei divertido postá-lo novamente com as devidas atualizações. Quem teve a oportunidade de lê-lo na época, vai lembrar e perceber o que surgiu de novo. Os mais sensíveis, não se ofendam. Afinal, quem viveu tudo isso fui eu, né? E como vivi!!! =)

colei na escola, matei aula, fiquei de recuperação e até calotei ônibus na adolescência;

quis fazer História, Letras, Ciências Políticas e até Medicina depois de formada em Comunicação (viram que não rolou, né?);

dividi apartamento e morei sozinha por 6 anos. Voltei pra casa por mais 6 e já estou há 3 morando sozinha de novo; 

Já ganhei beijinho do Chico Buarque, os telefones dele e um pedido de "não deixe de me ligar", do próprio;

fiz jazz, balé, ginástica olímpica, yoga e natação. Tentei fazer tai chi chuan, capoeira, kung fu e sapateado, mas meu talento não permite tanto. Parei no Pilates;

tive 6 namorados e 1 namorido;

Já dei, doei, emprestei, mas nunca aluguei ou vendi;

fui metida a hippie, metaleira, comunista e, pasmem!, freqüentadora de exposições agropecuárias na adolescência;

entrei com tudo numa elétrica na rua do Beirute, achando que fosse uma garagem, em plena Sexta-Feira Santa, na primeira vez que dirigi um carro e quase destruí a loja;

tive catapora, nefrite, rubéola, varizes, hematomas oriundos de falta de equilíbrio, rasguei o queixo três vezes, mas nunca engessei nenhuma parte do corpo;

quis me chamar Mayra Cunha Fernandes, Souza, Fonseca, Pitt, Cruise e até Buarque de Holanda;

quis morar no Rio, São Paulo, Recife, Paris e Piauí, mas nunca arredei o pé daqui;

Posso tirar onda e dizer que já abracei, dei beijinho e troquei um lero com Morgan Freeman, Bruno Garcia, Luís Fernando Veríssimo, João Ubaldo Ribeiro, Palhaço Carequinha e até com o Gianechinni (sim, sim, sim);

fui amadora, locutora, apresentadora, produtora e raladora. Hoje sou servidora;

li Paulo Coelho e Lair Ribeiro (ah, são pérolas da literatura tosca totalmente recomendáveis);

pulei cerca, subi muro, trepei em árvore e fui campeã de bolinha de gude e pião na minha quadra;

fui pra Ouro Preto ver o Festival de Cultura e Arte da UNE como "carregadora oficial de pratos de bateria" só pra ter uma função e conseguir carona no ônibus da banda que ia se apresentar lá, aos 16 anos;

viajei de Fusca de Recife para Brasília, depois de um carnaval, e demorei mais de uma semana pra chegar porque achava divertido acampar na areia de todas as praias do caminho, aos 19;

quebrei meu nariz de férias em Barcelona, em plena Copa do Mundo e fui em seguida pra praia e pro show do Kiss;

Já passei cinco carnavais em Olinda e um sem-número no Rio e acho que não paro por aí;

Já me fantasiei de Minie Mouse, de melindrosa e de copo de chope em festas à fantasia;

cozinhei mal e cozinhei bem pros amigos e minha família. Já queimei muita panela e também já recebi elogios por receitas que deram certo;

beijei mulher e não vi graça nenhuma, continuo achando os homens muito mais legais;

quebrei os dois dentes da frente numa queda na noite anterior à comemoração do meu aniversário de 32 anos. E já quebrei um deles também pulando numa piscina depois de algumas cervejas, aos 18;

desfilei duas vezes na Sapucaí e vi de perto o Paulinho da Viola vestido de Malandro;

pensei em ser espírita, atéia, Hare Krishna, astróloga e me encontrei no budismo;

chorei vendo A Noviça Rebelde, quis namorar o Kevin Bacon em Footloose e sonhei ser a Jenniffer Beals em Flashdance;

imitei a Madonna num programa de televisão local, cantando Like a Virgin, aos 10 anos (mico? imagina...) e quase me rasguei no meio de emoção ao ver um show da Diva em 2008;

falei fluentemente inglês, espanhol, francês, italiano e até japonês depois de algumas cervejas;

sofri seqüestro relâmpago e se livraram de mim assim que comecei a falar muito e querer ficar íntima;

fui Pato-Pateta na apresentação da escola sobre a A Arca de Noé e o "mato" em A Linda Rosa Juvenil ("...o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor...", lembra?? e eu lá no fundo vestida numa roupa-que-imitava-grama feita de papel crepom verde, subindo e descendo, abanando as mãozinhas. Praticamente uma precursora da famosa "ôla" dos jogos de futebol).

escrevi uma adaptação de Cinderela para o teatro, aos 11 anos de idade, numa máquina de escrever Olivetti que foi do meu avô e que foi encenada na varanda da minha casa;

fui vesga, barriguda, desgrenhada e andava com os pés pra dentro que-nem-um-papagaio e acho que até dei uma melhoradinha de lá pra cá;

fui, já quis, já fiz,pensei, já tentei, já larguei, já isso e já aquilo. Agora, no pós-30 estou partindo pro ainda-falta-muita-coisa.

Beijinhos sempre me preparando pro dia de amanhã.