segunda-feira, julho 19, 2010

Un peu de Paris


Voltar a Paris pela segunda vez foi interessante. A começar pela completa e irrestrita liberdade de não ter que visitar pontos turísticos obrigatórios. Se fui à Torre Eiffel todos-os-dias que fiquei lá, foi porque, simplesmente, eu queria. E quando decidir não ir, não fui. Sem peso na consciência. Os amigos-companheiros-de-viagem quiseram voltar lá no pôr-do-sol pra tirar as últimas fotos antes de irmos embora da França. Soltei a pérola que saiu estranha, mas convicta, da minha boca: "Vão lá, não aguento mais ir pra Torre Eiffel". Que esnobe, hein?? Hehehe. E me joguei sozinha pra Pigalle. Delícia.


Havia estado em Pigalle somente à noite, para ver as luzes de neón e curtir uma balada. Desta vez, saí de Montmartre andando com um mapa na mão em busca do Café Les Deux Moulins, aquele em que Amelie Poulain trabalhava no filme e onde se passam boas partes das cenas. Descobri uma Pigalle divertida, de gente bonita, construções tortuosas e de muito agito. Beiravam as 8 da noite e o sol do verão ainda ardia no céu. Entrei no café, pedi uma taça de vinho no balcão e sentei-me em uma mesa. Fiquei me sentindo a própria parisiense dentro de um dos meus filmes preferidos, não fosse o guia de Paris que abri pra ver outros lugares interessantes pra se visitar. O café é uma graça. Fui ao banheiro disposta a arrancar uma meia-calça que vestia e que havia puxado o fio loucamente, quando me deparei com um pequeno "museu" com alguns dos principais objetos do filme: o abajour de porquinho, o duende viajante, as polaroides... Uma fofura!!! Tirei um montão de fotos no meu iPhone... que foi roubado assim que cheguei no Brasil. Paciência, néam?


E é lindo como na Europa eles celebram a chegada do Verão! Em Paris, a Fête de La Musique é o evento que rola durante as 24 horas que antecedem a estação do calor. E põe calor nisso! É impressionante como a temperatura muda de uma hora pra outra. Chegamos ainda pegando um friozinho e, como num passe de mágica, bastou o verão mudar no calendário pra estarmos de bermuda e camiseta passeando pela cidade. A Fête de La Musique é uma sensação. Música de todos os lugares do mundo acontecendo por todos os cantos possíveis e imagináveis da cidade. Uma delícia só! Passeando pelo Boulevard Saint Germain vimos tanta gente bonita e ouvimos tanta música boa que dava pra jurar que era uma pegadinha, de tão inacreditável.


Assistimos ao jogo Brasil X Coréia do Norte no bar Favela Chic, de brasileiros. Rolou telão, torcida e muito samba. Os franceses já estavam meio desacreditados e putos com a seleção deles (foram desclassificados um ou dois dias depois) e pareciam bem animados com o Brasil. Fui comprar uma caipirosca e o atendente, em francês, me perguntou se queria vodca nacional ou importada. "Importada, claro!". Então ele me aparece com uma Smirnoff na mão. Hein??? Pára tudo!!! Qual é a vodca nacional, moço? "Ah, só tem Absolut". Pois é nacional mesmo, vai. Vou fazer esse sacrifício... rsrsrs. E tomei a pior caipirosca do mundo. Não pela vodca, mas pelo primo-francês-de-suco-Maguary-de-manga que misturaram. Querer tomar drinque tupiniquim feito por gringo dá nisso.



Detesto cemitérios. Não quis visitar os famosos cemitérios franceses na outra viagem e dessa vez não escapei, terminamos visitando o de Montparnasse. Os amigos insistiram e lá fui eu. Logo de cara encontramos o túmulo de Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre. Tá, foi emocionante. Mas depois a peregrinação em busca de outras lápides me deu uma sensação estranha. Meio aquela coisa de criança brincando de caça ao tesouro. Olha, achei o do Baudelaire!!!. Ou de repente tropeçar onde Júlio Cortazar está enterrado. Eu hein!! Sentei num cantinho e fiquei lendo enquanto meus amiguinhos se divertiam com isso. Gosto mais de gente viva.

Mais fotos da viagem você encontra aqui.

Bisous parisienses.

Um comentário:

Wilson Natale disse...

Hellàs!!! Paris est une fête!
Et votre petit nez? Ça và bien?
Puutz! Isso pega!
É isso ai. Primeiro visita-se Paris. Depois volta-se para descobrir a cidade. Então é só andar, vadiar e perder-se.
Pena que você não foi ao Cemitière du Père Lachaise, para deixar um ebó no túmulo de Piaf, ou no de Simone Signoret (risos).O lascar uns beijinhos no túmulo de Oscar Wilde...
Mas o que importa é a vida que alucina.E, melhor que a Torre Eiffel, e tomar uns Absinthes, uns Anisettes,muito, muito Vin-rouge. Não hánada melhor para fazer alguém subir mais alto que o alto da Torre e, sem abusar, para não terminar no Sena, detro de um Bateau Mouche, comendo brioches ou madelenes.
E, como diria o Ibrahin Sued: Tô saindo.Ademã, de leve!
Adorei as fotos!
Beijins perfumados pour les fleurs du mal, deste invejoso e despeitado que queria ter ido no seu lugar.
Mas um dia eu vou!E quando for não vou nem me importar se eu tiver que dar um "selinho" no Corcunda de Notre Dame. E nem vou ligar se ele me chamar de Esmeralda... Ahahahahaaaaaa!!!