sexta-feira, dezembro 11, 2009

Programa Kamikaze


Todo ano é a mesma coisa. O natal vem chegando, a gente vai protelando e quando vê, tá em cima da hora e não resolveu nada. O que nos resta é fazer "programa kamikaze" e encarar shopping às vésperas do aniversário de Jesus. Sou radicalmente contra esse tipo de atividade. Tento me antecipar, mas sempre aparece aquele presente de última hora que a gente TEM que comprar. O mesmo que se jogar na cova dos leões.

Ontem foi meu último dia de compras em shopping e, admito, já estava absolutamente lotado. E a tendência é só piorar. A pessoa aqui estava no trabalho, cujo ar-condicionado fica no máximo, bombando de frio. Trabalho numa TV, lembram? Saio de casa toda empacotada, independente da previsão do tempo dizer que o sol estará escaldante. Tem chovido bastante por aqui, mas ontem, especialmente, resolveu fazer um calor-dos-infernos justamente quando eu saí do batente e me dirigi ao front, julgo Conjunto Nacional.

Etapa 1 - Estacionar

Resolvi bancar a esperta e entrar por uma entrada alternativa da garagem coberta. Não tinha fila nem placa de "lotado". Uhuuu!!! "Se dei bem", pensei. Niquí adentrei o recinto, carros, carros e mais carros estavam caoticamente tentando se organizar, sem respeitar a mão das vias do estacionamento. O calor matando, eu derretendo, porque meu carro, o Negão, além de todo preto por fora e por dentro, não tem ar. E eu ainda estava vestida de preto da cabeça aos pés, com direito a segunda pele térmica que comprei quando fui pra Europa. Tá, pode me chamar de doida que eu atendo. Depois de algumas voltas em círculo, encontrei enfim uma vaga.

Etapa 2 - Entrar no Shopping

Já que eu tava toda derretida mesmo, fui de escada. Um suor a mais, um a menos, não faria diferença. Pra minha sorte, o primeiro lance de escada dava de cara com a agência da Caixa Econômica Federal. Não, eu não sou correntista da CEF. Nem precisava fazer pagamento, mas entrei correndo no banco por um motivo nobre: tava geladinho, bem fresquinho e bom. Peguei uma senha e fiquei sentadinha, disfarçando, até o suor secar. Levantei como quem não quer nada, joguei a senha no lixo perto da minha vez e saí pra minha empreitada do dia.

Etapa 3 - As compras

Mulher organizada que sou, fiz listinha dos presentes e dos presenteados, com as devidas lojas onde precisaria ir. Segui meu roteiro direitinho e em menos de duas horas, tinha resolvido tudo. Ufa! Então me dei conta que o relógio batia perto das 5 da tarde e eu tinha esquecido de almoçar. Ahã. O estômago avisou.

Entrei no primeiro Burger King que apareceu na minha frente, pedi um Combo-cheio-de-coisas, acomodei minhas dezenas de sacolas e me fartei. No meio da refeição, lembrei também que tava usando uma tal segunda pele que tava me matando de calor e resolvi tirá-la ali mesmo, numa ginástica que só as mulheres conhecem, pra tirar uma blusa que está por baixo do que você está usando. Todo mundo me olhou, mas um adolescente passando gloss e rímel na mesa do lado chamou mais atenção. Eu disse um adolescente, entendeu o motivo?

Etapa 4 - Hora de ir pra casa

Eu e vinte mil sacolas descendo as escadas. Coloco todas no chão pra pagar o tíquete do estacionamento. Cadê a porra do tíquete? Pego a bolsa, tiro tudo de dentro (e uma fila enoooorme de impacientes atrás de mim esperando pra ir embora, pensem na aflição) e encontro o papelzinho. Pago, pego as sacolas e saio em busca do meu carro. Sim, perdi meu carro porque nunca lembro de decorar as tais referências de letras e números do estacionamento. Quando enfim o encontro, cadê a porra das chaves? Pois é, esqueci no guichê de pagamento.

Lá vou eu de novo, com minhas vinte mil sacolas, atrás da chave do carro. Chego lá equilibrando tudo nas duas únicas mãos que possuo, pego as chaves com a atendente e volto pra encontrar o Negão. Fi-nal-men-te consigo dar partida no carro pra ir embora. Niquí me aproximo da catraca, cadê o tíquete? Isso mesmo. Tinha caído no chão do estacionamento. Pode me chamar de lerda que eu atendo também. Lá vou eu de novo, voltar, procurar, xingar meia geração e bater minha cabeça no asfalto alguma vezes por ser tão lesada. Encontrei o papel com marcas de pneu, tive que voltar mais uma vez na atendente porque o prazo pra sair com ele tinha vencido, pus no bolso e consegui, de uma vez por todas, ir embora daquele lugar. Pra sempre. E sobrevivi.

Resumo da ópera: minha resolução número 1 de ano novo pra 2010 vai ser comprar TODOS os presentes do próximo natal pela internet. E não me venha com o papo de "eu sempre faço isso". Posso ser um pouquinho retardada? Tenho direito.

Beijinhos suicidas pra vocês.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Nunca tive um plano B

Ilustração: Seonna Hung

Outro dia numa roda de amigos que comentavam sobre as próximas eleições, bradavam sobre Dilmas, Ciros, Serras e Marinas. A discussão maior era em quem se votaria em 2010 pra cadeira do Planalto. Até então quieta, me questionaram sobre minha opção. Não tive dúvidas, respondi:

- Eu voto no Lula.
- Ah, então você vai votar no candidato ou candidata que ele apoiar, isso?
- Não. Eu voto no Lula. Só voto nele.
- Mayraaaa, hellooooo!!! O Lula não será candidato nas próximas eleições.
- Problema dele. Porque não sei votar em outra pessoa.

Entendam um detalhe interessantíssimo: desde que o mundo das urnas existe na minha vida; desde que me tornei uma legítima cidadã brasileira; desde que usei meu título de eleitor pela primeira vez aos 18 anos, em 1994... não passei uma única eleição sequer sem votar no Lula. Compreenderam o drama? Tipo... o cara sempre foi candidato, desde o meu primeiro voto! Oh céus!! O que fazer em 2010??? Nesse caso, acho que nem o Chapolin poderá me ajudar.

Resolvi fazer uma pequena retrospectiva de todas as eleições presidenciais por que já passei:

1994 - Lula X FHC
1998 - Lula X FHC
2002 - Lula X Serra
2006 - Lula X Alckmin

Nunca antes na história da minha vida, votei em outro candidato para presidente. Então percebo que 2010 será um ano diferente e que vai exigir de mim mais paciência, dedicação e comprometimento. Além de uma boa dose de disposição para aguentar a briga de foice que vai rolar. Sim, porque eu já estava no piloto automático, né? Nem precisava pensar muito porque convicção sempre foi um dos meus fortes. Era Lula na cabeça. E não se fala mais nisso.

Exercitando o lado Pollyanna (forever and ever!), ainda na tal roda de amigos, comentei que as próximas eleições serão, no mínimo, divertidas. Vamos ver uma retrospectiva de escândalos do governo Lula nos últimos 8 anos pipocando nos programas de TV, um monte de dissidências partidárias (troca-troca que praticamente pode-se chamar de suruba, vamos combinar), neguinho que era de esquerda agora defendendo a direita e vice-versa. Vai dar pra rir bastante e colocar a cabeça pra pensar.

Tá, tudo bem, vou ter que me conformar em "mudar" meu voto ano que vem. Mas não tem problema não, porque eu tenho a teoria de que o Lula tem um plano e eu vou rir muito se isso realmente rolar. O Brasil vai ganhar a Copa do Mundo em 2010, na África do Sul e ele vai entregar o governo pro sucessor com mais essa vitória. A popularidade vai estar bombando tanto positivamente (pra variar), e aí 4 anos depois, ele vai voltar pra presidência (contando com meu eterno voto, lógico), quando estará no posto vendo as Olimpíadas, conquista da gestão dele, serem sediadas no país. Bingo!

Ah, e até o Obama acha, gente. O Lula é "o cara". Hahahahaha.

Beijinhos completamente Lulistas e anti-PT (que fique bem claro).

sexta-feira, outubro 09, 2009

A senhora vai querer de que sabor?


Começou há três semanas. Desde então, meu celular toca religiosamente todos os dias depois das 18h, de números desconhecidos, sempre alguém pedindo uma pizza. E segue tocando até perto de meia-noite. Eu disse todos os dias. Não entendi nada no começo. "Pizza? Que pizza?? Pirou??". Fiquei bem irritada pra falar a verdade. "É engano, meu filho! Este número é particular". Depois de uma semana tentando acreditar, me convenci: meu número estava em algum lugar como sendo de uma pizzaria delivery. Ok. Coisas que acontecem só comigo.

Então perguntei pra um dos esfomeados que me ligava: "Vem cá, onde você pegou este número? Ah, num panfleto que distribuiram no Gama? Que ótimo, hein? E não tem um número fixo aí? Tem?? Então me passa por favor!!". Ligo lá e atendem num italiano chinfrim: "Bom Giorno". Bom giorno é a p** que te p**!!!! Não, eu não disse isso, mas tive muita vontade. "Olá, boa noite, tudo bem? Não, não quero pizza, quero apenas informar que vocês publicaram o número do meu celular no panfleto de vocês e que não aguento mais atender pedidos de pizza". A moça, muito educada e sem graça, me pede desculpas e conta que já mandaram fazer panfletos novos e com o número certo. Tá. E o que a gente faz com os antigos?? Nada, óbvio. Senta e atende novas ligações, Mayra.

Quando comentei com amigos, ouvi de muitos: "Ah Mayra, entra na brincadeira, anota os pedidos". Gente, eu sou doida, sou divertida, sou sarcástica... mas não sou uma pessoa . Já pensou que horror você estar em casa com fome, pedir uma pizza, achar que ela vai chegar e ela nunca dar notícias de vida, porque um engraçadinho resolveu curtir com sua cara? E por conta de um erro que você não tem culpa nenhuma? Não, eu nunca faria isso. Mas também não disse pra ninguém fazer.

Outro dia lá em casa estava recebendo uns amigos e o telefone, como de praxe, destrambelhou a tocar. Final de semana, comprovadamente, as pessoas pedem mais pizzas, muitas pizzas. A amiga pega o telefone e resolve me dar uma força: "Não amigo, publicaram este número errado, ligue pro fixo". Depois de atender umas 10 ligações, se diz cansada. O marido então assume o telemarketing e resolve que vai se divertir um pouco. Foi o que eu disse: fazer eu não faço, mas não proibo ninguém de fazer nada. Devo confessar que nos divertimos MUITO. Nunca rimos tanto. A cada ligação, ele atendia falando numa língua diferente. Isso quando não oferecia os tipos mais esdrúxulos de sabores e ouvia, em 90% das vezes, toda sorte de palavrões. As pessoas ficam irritadas quando estão com fome, néam?

A brincadeira valeu por uma noite. Porque nas seguintes continuou a mesma rotina de sempre. Outro dia até fiz amizade. A moça ficou tão penalizada com a minha situação que até esqueceu da pizza. Começamos a conversar e ela me contou que passou por situação parecida, mas publicaram o número dela num outdoor de promoção de uma rádio. Foi mais fácil de resolver mas o celular dela tocou um bocado. E hoje é sexta-feira e tem feriado vindo aí. Meu telefone vai bombar, certamente. Já nem reclamo mais. Se tiver na balada, não atendo números desconhecidos. Se tiver dormindo, ponho no silencioso. E, tenho certeza, quando isso acabar, bem possível que eu entre em depressão. Afinal, é tão bom ouvir o telefone tocar quando se mora sozinha. Nem que seja engano e pra te pedirem uma pizza.

Beijinhos delivery de bom feriado pra todos.

quarta-feira, outubro 07, 2009

As pessoas mudam quando mudam

Ilustração: Penelope Dullaghan


Perto de fazer 3 meses morando sozinha, andei percebendo algumas coisinhas:

1) Diferente de quando tinha vinte anos e tinha meu cantinho, não consigo mais sair de casa e deixar de fazer a cama. Não dá pra chegar morta de cansada e deitar num leito bagunçado. Um sinal de que os trinta fizeram alguma diferença? Talvez.

2) O ânimo pra fazer faxinas praticamente não existe. Já a ansiedade pelo dia que a diarista chega é de um tamanho sem igual. Do nível de largar a pia cheia de louça uns dois dias antes já que ela está chegando.

3) Acumular papéis, badulaques e objetos desnecessários já não tem a mesma importância. Começo a ver coisas "sobrando" pela casa, vou jogando tudo no lixo sem dó nem piedade. Espaço limpo é bom e eu gosto.

4) A animação de ir pra cozinha experimentar novas receitinhas só cresce. Comprar temperos diferentes e procurar na internet o que fazer com eles é pura diversão. Chamar os amigos pra servirem de cobaias, idem.

5) Atender telefone e campainha só quando der vontade. A ansiedade de saber quem me procura é praticamente mínima quando não estou a fim. E se tiver em casa de ressaca então, nem me importo de fingir que estou dormindo ou tomando banho. Abstraio mesmo. Desculpaê.

6) A incapacidade de cuidar de plantas continua a mesma. Esqueço que existem e quando lembro de molhar já estão mortas ou definhando. Até cacto eu já consegui matar de sede. Mas a paixão pelas flores de plástico tem aumentado muito. Meu lado kitch-brega-cafona aflorou nos últimos tempos que foi uma maravilha. E é assim que vou enfeitar as floreiras que ficam penduradas na janela do meu quarto. As flores de plástico não morrem.

7) Pago TV a cabo só pra desencargo de consciência. Usar mesmo, uso muito pouco. A disposição pra ligar a televisão tem sido cada vez menor. Já faço o favor de trabalhar em uma emissora e passo o dia todo com vários aparelhos ligadas no pé do ouvido. Quando ligo o meu, geralmente vou pros canais de música. E nem me irrito quando chove e sai tudo do ar porque deu pau na parabólica.

8) Descobri que forno de microondas é para os fracos. Tenho mania de ligar o forno a gás pra esquentar ou descongelar algo e só depois lembro que poderia ter feito isso de forma mais rápida. Tá, a pessoa é meio passada. E vamos combinar que o sabor muda, né? Microondas hoje serve de grande relógio de cozinha na minha casa. Nem sei direito pra que eu comprei um. Mas deixa ele lá, se não existisse, estaria sentindo falta com certeza.

9) Tomar café da manhã sozinha é mais chato do que fazer as outras refeições. Tenho tentado deixar tudo semi-pronto e arrumado na noite anterior. Até cuscuz eu arrisco providenciar de vez em quando. Se consigo me alimentar direitinho antes de ir trabalhar saio feliz. Quando tenho preguiça e saio de estômago vazio, fico querendo brigar comigo mesma por ter feito tamanha besteira.

10) Pessoas que moram sozinhas não fazem suco no liquidificador (a não ser de polpa); não se importam de andar nuas pela casa; tomam água no gargalo quando querem; têm mais cerveja, chá e suco na geladeira do que comida e; nunca, nunca, nunca mesmo falta gelo nas fôrmas.

E ninguém morre por conta disso. Eu, pelo menos, não. Sou muito feliz assim, viu? Muito mesmo.

Beijinhos aquecidos no microondas, já que é necessário usá-lo pra alguma coisa nesta vida.

terça-feira, outubro 06, 2009

Post-Scriptum para as mocinhas


Amigas,

a Campanha "Outubro Rosa", que busca combater o câncer de mama, chegou com força total. Eu já super aderi. Participe você também. É super simples mostrar seu apoio. "Furtei" umas dicas do blog Objetos de Desejo pra dar uma forcinha e ajudar a inspirar as moças a aderirem comigo:

- Pendure panos, faixas ou um laço cor-de-rosa em sua fachada, sacada, janelas;
- Prepare um jantar para seus amigos e coloque à mesa toalha e guardanapos cor-de-rosa;
- Enfeite seu carro com fitas cor-de-rosa na antena, no retrovisor ou no chaveiro;
- Vista-se de cor-de-rosa, crie um detalhe no seu figurino, um lenço, uma fita ou um cachecol amarrado à bolsa ou à mochila;
- Use e abuse do rosa no seu site, blog, Twitter, Orkut ou Facebook;
- Fale com outras pessoas sobre a importância do autocuidado e da detecção precoce do câncer de mama;
- Se você tem tempo disponível, contribua, seja voluntária da causa ao lado de entidades e grupos de apoio à saúde da mama.

Mais informações sobre a campanha, você encontra aqui.

Beijinhos cor-de-rosa pra você.

quarta-feira, julho 29, 2009

Porque eu sempre me divirto...


Recebi um email do meu pai ontem que dizia: "Nunca vi alguém se divertir tanto com uma mudança. Enquanto todo mundo fica puto, você faz festa". É mais ou menos por aí. Explico.

Finalmente eu mudei. Foi uma labuta e tanto mas aproveitei meu recesso de uma semana pra fazer a mudança, encaixotar coisas e cuidar dos detalhes não-tão-sórdidos assim. Como disse antes aqui, eu estou curtindo cada coisinha, até mesmo o fato de ter encaixotado todos os controles remotos e estar sem televisão e DVD há uns 5 dias porque não os encontro. Tô rindo pras paredes (ainda vazias) de tudo. Acordo de manhã e ligo o computador na Band News ou CBN online e sigo me arrumando e ouvindo as notícias, na falta da Globo News ou do Bom Dia Brasil. Pra tudo a gente dá um jeito quando está feliz.

E foi isso que resultou nesse email do papai. De fato, eu me divirto com tudo o que envolve esse processo de mudança e ainda gosto de compartilhar. Então encontrei ontem um site que vai transformar a batedeira Walita da década de 50, que ganhei da vovó (que ela pensava em jogar no lixo: "ganhei uma nova tão vagabunda, mas tão vagabunda, que você une as duas pontas da tigela de tão mole que é o plástico, mas é mais moderna" e eu dei piti, já que não existem mais batedeiras com vasilhas de vidro) num eletroportátil funcional e... vermelho! Quase surtei, né? Logo escrevi pro progenitor contando a grande novidade.

E por falar em eletrodomésticos, fico me lembrando que fui sempre assim. Quando dividia apartamento com amigos, naquela época à qual me referi em post anterior, dávamos nomes pra tudo o que chegava lá em casa. É que a gente não tinha dinheiro pra esses luxos e tudo era motivo de comemoração, no sentido real da palavra. Um exemplo foi o fogão, batizado carinhosamente de "Nestor", numa homenagem ao melhor amigo do Zé Carioca, personagem dos quadrinhos, já que tudo o que era feito ali ficava preto que nem ele. Quando o Nestor chegou em casa, promovemos uma festa, convidamos os amigos e, à meia-noite, acendemos as quatro bocas, apagamos as luzes e cantamos parabéns. Lindo, não? Eu achei.

Quando o hit "Livin' la Vida Loca" do Rick Martin estava no auge não resistimos em chamar assim nosso novo micro-ondas, afinal ele era "lindo, quente e fazia coisas gostosas enquanto girava". A cafeteira foi carinhosamente chamada de "Clara Nunes", branca de alma negra. Pegou o espírito da coisa?

E pra mostrar que o contexto ajuda muito nesse processo de diversão, quando nossa máquina de lavar roupas chegou pra ser entregue, por algum motivo que não lembro agora, não conseguia passar direito pelo espaço que tínhamos na área de serviço. Foi aí que eu e minha roommate, Lu Nassif, entoamos o hino que iria batizar a dita cuja: "A nova lavadora é linda! Deixa ela entrar". Não lembra? Era a música do momento do grupo É o Tchan saudando a chegada na nova loira no grupo: Sheila. Lavou muita roupa lá em casa, a Sheila.

E como não dá pra contar toooodos os nomes que inventamos, vou finalizar com nossa geladeira, a "Magda", uma alusão ao personagem da Marisa Orth em Sai de Baixo: "linda por fora e vazia por dentro". Vai dizer que dá pra não se divertir com mudança? Vai dizer que você faz cara feia e reclama porque tem que colocar cada coisa em seu lugar e vai ficar com dor na coluna? Meu bem, hello!!!! Isso faz parte do processo! Eu me divirto mesmo, faço tudo ouvindo um bom rock and roll e comemorando cada coisa entregue no meu novo lar. Sentada no chão, cozinhando miojo na leiteira antes de comprar as panelas e fazendo caixa de mudança de mesa de centro. E te garanto: estou muito feliz assim.

Beijinhos de quem tá até hoje desencaixotando e cantando atrás de um certo controle remoto.

sexta-feira, julho 17, 2009

Minha Casa, Minha Vida

Ilustração: Penelope Dullaghan

Sempre gostei de coisas de casa. Quando morava sozinha já tinha um prazer enorme de procurar apetrechos e utilidades do lar bacanas pra enfeitar minha casinha. Se já era assim antes, imaginem agora, que tenho mais possibilidades de escolher como quero que tudo fique.

Naquela saída de casa aos 21 anos, fui morar com um amigo que já tinha o apartamento mobiliado. Levei de mudança apenas meu quarto e nada mais. Saí de lá pra alugar outro apê com outra amiga e foi aí que começamos a comprar coisinhas. Mas como nós não tínhamos muita grana, herdamos das famílias e amigos tudo o que pudemos. E fizemos um chazinho de casa nova pra completar o que faltava.

Com essa história, "minhas casas" sempre tiveram minha cara, mas nunca meu gosto. Explico: Era um sofá que alguém me dava, com estantes que mamãe não usava mais, a mesa de vidro que papai me emprestou e cadeiras compradas em algum bazar. Ou seja, os apartamentos eram lindos, aconchegantes, mas praticamente um Frankstein!

Agora estou curtindo escolher meus mimos, meus móveis, a cor da parede que quero colocar. Passo pela rua do Beirute, conhecida como Rua das Elétricas e fico pirando nas luminárias que podem vir a decorar minha nova casa. E passear no shopping de lojas de móveis e querer tudo o que encontro pela frente? Vou ter que arrumar um apartamento um pouquinho maior se continuar surtando assim...

E como eu sou bem filha da minha mãe, ela entrou na empolgação junto comigo. Já me deu presentes ótimos pro meu novo lar: um frigobar retrô vermelho, uma escultura assinada do Romero Britto e uma caixa de ferramentas que é um jogo de bar, com direito à coqueteleira em formato de pinguim, porque eu mereço. E como eu não posso deixar de contar com a ajudinha dos amigos, já tenho uma lista pronta pra enviar quando for fazer meu chá de casa nova. Sim, porque se eu for comprar tu-di-nho que uma casa precisa de uma vez só, vou à falência. E quinquilharias de cozinha vindas dos amigos deixam tudo muito mais divertido.

Agora, já pensaram que luxo não vai ser o meu cafofo? Presentinhos de mamãe, da família e dos amigos. Somam-se a isso uma mesa tulipa do designer finlandês Eero Saarinen (sonho de consumo há anos que consegui realizar), com tampo em mármore de carrara e cadeiras de acrílico de Charles e Ray Eames. Sim, eu sou luxo só. Fico só imaginando onde vai entrar cada detalhe, se coloco a obra de arte linda-e-maravilhosa no aparador ou em cima da mini-geladeira anos 50. Se o tapete será preto ou se uma parede vai ter bolinhas, como eu imaginei desde o início. Se a gravura show-de-bola do artista espanhol Tomás Viana fica na sala de jantar ou na sala de estar. Oh dúvida! Oh vida!

Se todas as questões do mundo fossem assim, a gente tava feito, né? A parte engraçada é que eu já tenho todas essas coisas e ainda nem fechei o aluguel do apartamento. Ansiosa? Sou sim, e muito. Precipitada? Nem tanto. Sou mesmo é gente boa, sabe. Eu sou tão legal, mas tão legal que convenci o proprietário do apartamento de pintar o apartamento do jeito que eu quero sem sequer ter recebido ainda minha documentação pra fecharmos o negócio. É que o negócio já tá mais que fechado, minha gente. E como diz minha amiga Pri, este será o meu castelo. E já tenho a certeza de que o tapete vermelho já foi estendido pra me receber.

Beijinhos super ansiosos, prontinha pra receber as chaves da porta da esperança.

sexta-feira, julho 10, 2009

O bom filho à (sua) casa torna...

Ilustração: Seonna Hung

Quase quatro meses de sumiço completo do blog. Já fui mais séria com isso... mas a gente sempre encontra bons motivos pra voltar, não é mesmo? Pois bem, eu encontrei um ótimo motivo pra voltar a escrever: decidi morar sozinha de novo, depois de 6 anos na casa da mamãe.

Aos que não sabem e não acompanham o Milk Shake desde o início, eu já fiz isso antes: brinquei de casinha por um tempo. Aquelas coisas que a gente faz quando é (muito) novo e acha que vai conquistar o mundo. Não, eu não saí de casa pra morar em outra cidade, fazer intercâmbio ou trabalhar fora. Eu simplesmente, aos 21 anos, virei pra minha família e disse: "tô indo". E fui. Fui tentar entender o que era ser adulto, ter responsabilidades, pagar contas e fazer escolhas. Fui bater a cabeça e descobrir determinados valores que a gente só entende depois que cresce de verdade. Deu certo mas eu cansei e um dia voltei, sem dó nem remorso. E como toda mãe, fui recebida de braços extremamente abertos pela minha. E carinho, cuidado e chá quente quando fico gripada. Porque ficar doente sozinho é muito chato.

Colocando o saldo da brincadeira em números, dá mais ou menos a seguinte conta: em 6 anos de "independência", morei em 4 apartamentos diferentes, mais 5 pessoas com quem dividi um lar e 1 namorado que resolveu se mudar pra minha casa sem me avisar que eu tava "casando". Claro que não durou. Fiz uma nova "família" que até hoje se encontra e faz farras como nos velhos tempos.

Um dia eu olhei pros lados e pensei: "Pô! Eu tenho 27 anos, sou solteira, sem filhos e vivo pra pagar contas e decidir se pago a conta de telefone ou vou ao cinema". É, a vida era dura, eu ralava um bocado e, logicamente, sempre pude contar com uma forcinha extra da família. O que pesou foi ver todos os meus amigos aproveitando, viajando, curtindo todas, no auge dos 20 anos e eu lá... fazendo faxina e contando os trocados pra ver se conseguiria sobrar um trocadinho praquela sandália linda que eu tinha visto na liquidação no shopping. Tudo na vida é mesmo um questão de... escolhas.

Foi então que eu decidi considerar um convite da mamãe de voltar e ter dinheiro pra viajar e comprar as minhas coisas. Juntar pra comprar um apartamento? Quis não. Já sei que vou fazer isso boa parte da minha vida e ali o que eu queria mesmo era aproveitar. E aproveitei, viu!!! Ô, e como! Aproveitei tanto que tive tempo pra trabalhar, viajar e estudar pra concursos. Agora passei, tô bem, estável e senti, aos 33 anos, que estou suficientemente adulta pra encarar um segundo round e tocar minha vida. As condições agora são outras e eu estou muito feliz com minha decisão.

Tudo está acontecendo aos poucos. Ainda estou em fase de negociação com o apartamento dos sonhos (torçam pra dar certo!) e quando vou ao shopping, as placas de "Sale, Liquidação ou Bota Fora" não estão me encantando. A não ser que fogão, geladeira, micro-ondas e coisinhas de casa estejam incluídas no pacote. Pois é, meus amigos, estou totalmente voltada para o universo "casa" no momento. Cabeça, ombro, joelho e pé só trabalham pra isso. E quero (e vou) compartilhar este novo momento com vocês.

Mamãe? Vai ficar ótima. Estou indo morar pertinho dela pra não perder o hábito de ganhar cafuné nem perdê-la de vista. O importante é que nossos pais sempre sabem que a gente um dia cresce de verdade e tenta realmente mudar o mundo. Vou tentar fazer a minha parte. Meu mundo voltou a ser uma caixinha de surpresas que eu tô louca pra desbravar!

Boa sorte pra mim! Beijinhos de nova vida, novas perspectivas e, principalmente, saudades de todos vocês, meus leitores. Voltei!

terça-feira, março 24, 2009

Eu e meme. Meme e eu.

Já que tá faltando assunto (e saco) pra sentar e escrever, uma vez que um festival de ansiedades de todos-os-tipos-e-modelos me abateu nos últimos dias, vai um meme da blogosfera pra matar o tempo. Sei que é chatinho de ler, mas ninguém tá te obrigando. Ou tá???

Onde está seu celular? Sempre, sempre por perto. No momento, na mão de um ladrão sem-vergonha

E o namorado? No meu bolso que não está.

Cor do cabelo? Castanho escuro.

O que mais gosta de fazer? Pergunta relativa pra uma criatura quase-hiperativa como eu.

O que você sonhou na noite passada? Que roubavam, junto com eu celular, meus óculos Armani e o único relógio-jóia que possuo. Esses não davam pra bloquear, né?

Onde você está? A caminho de casa.

Onde você gostaria de estar agora? Em Paris.

Onde você gostaria de estar daqui a seis anos? Faço tantos planos que ainda não consegui chegar em 2015 dado o tanto de coisa que já inventei...

Onde você estava há seis anos? Voltando pra casa da mamãe.

Onde você estava na noite passada? Comprando presentes pra mim, porque eu mereço.

O que você não é? Palhaça.

O que você é? Autêntica.

Objeto de desejo? Minha Kombi vermelha e branca, modelo 1975.

O que vai comprar hoje? Folhas de papel depilatório.

Qual sua última compra? Um vestido show pra usar no aniversário e uma bandeira do Brasil pro Irmão levar pra Austrália.

A última coisa que você fez? Não dormi, com insônia.

O que você está usando? Blusa Shop 126, jeans Levis e sapatilha Arezzo.

Na TV? Nada. Trabalho em uma e já é o suficiente.

Seu cachorro? Uma é hiperativa como a mãe, o outro, passado como o pai.

Seu computador? Um notebook lindo vermelho e prata.

Seu humor? Uma beleza. Principalmente neste momento, em pleno inferno astral e na TPM. Topa um papo mais tarde?

Com saudades de alguém? Da vovó.

Seu carro? Um "Negão" sensacional que vai comigo pra todos os lugares.

Perfume que está usando? Euphoria, da Calvin Klein.

Última coisa que comeu? Filé com batata frita.

Fome de quê? De cultura geral.

Preguiça de… ? Gente sem iniciativa.

Próxima coisa que pretende comprar? Os ingressos pro show do B52's no Rio.

Seu verão? Pegando 40 graus no Rio de Janeiro. Delícia cremosa.

Ama alguém? Amo muitos alguéns.

Quando foi a última vez que deu uma gargalhada? Hoje, na hora do almoço.

Quando chorou pela última vez? Hoje, na hora do almoço.

Passo a bola pra Baratinha, pra Cacá e pra Lu.

Beijinhos "memísticos".

segunda-feira, março 09, 2009

O negócio é passar a mão


Ir a banheiros públicos se tornou um momento tenso na minha vida. Explico.
Antes de tudo você se sente na obrigação - sim, na obrigação - de colocar a mão no sensor para que um forro plástico do vaso sanitário seja trocado au-to-ma-ti-ca-men-te. Nem sentar no vaso você vai, mas troca só porque o negócio tá ali, te chamando. Acabado o serviço, fica olhando pro botão da descarga, ou melhor, pros botões, porque agora são dois: um pequeno pra sugar o xixi e outro maior, mais potente, pra sugar o cocô. Moderno isso de controlar o tanto de água, não? Apertei o pequeno e não aconteceu nada. Tive que apertar o segundo e toda a proposta de contenção de água foi por água abaixo, literalmente. E eu fiz foi xixi, viu??

Aí você vai lavar as mãos. Primeiro você tem que ficar passando as mãos na frente do sensor da torneira, com cara de idiota, pra que a água saia. Meio que fazendo aquele gesto de tatear no escuro. Conseguido isso, é a vez do sabonete líquido automático sair sozinho. Conseguiu? Beleza. Agora vai enxaguar as mãos e começa tudo de novo. E não pode se empolgar esfregando muito uma mão na outra senão sai do sensor e... a água pára de cair. Um saco isso.

Então chega a hora de enxugar as mãos. Você olha pra caixinha de papel, onde está escrito "Mãos secas com apenas uma toalha!" e aí você tá lá de novo, que nem um imbecil, passando as mãos, porque a porcaria da caixa também é automática, esperando que aquela super-e-única toalha de papel que resolverá todos os seus problemas, dê notícias de vida. Só que a tecnologia é burra! No que começa a sair papel, não pára nunca mais!! Tô falando sério!! Por mais que você tire as mãos debaixo, dance um mambo ou dê tapas na caixinha, continua cuspindo papel sem parar. Mais uma vez, a economia vai pro buraco, já que saíram umas 3 ou 4 folhas de uma vez. Entreguei pra mocinha que aguardava a vez de usar.

Em Paris fui usar um banheiro público daqueles plantados no meio da rua. Olhei pra uma caixa de ferro gigante, redonda, em que eu deveria depositar uma moedinha de 1 euro e ser feliz. Mesmo me sentindo a própria Macabéa, encarei a parada. Depositei a moeda, a porta se abriu au-to-ma-ti-ca-men-te e entrei. Na mesma velocidade que abriu, a porta se fechou comigo dentro. Beleza, não fosse o trinco pra sair de lá que nunca achei. Ou seja, já fiz o xixi super-mega-tensa pensando em como é que eu ia fazer pra ir-me embora.

Abre caixinha com sensor pra tirar o papel higiênico. Lava a mão e enxuga, com sensor também. Ok, agora eu quero ir embora e não sei como faço e então??? E então que eu rezei pra não ter uma câmera escondida lá dentro, porque eu comecei a pisar em tudo o que aparecia, tatear e apertar tudo o que tava na minha frente. Sem sucesso e trancada num banheiro, cercada de Paris por todos os lados, pensei: Deve ter algum sensor. Eis que me vi parecendo um personagem de "Ensaio Sobre a Cegueira", com as mãos passando perto de tudo, pra ver se algo acontecia!!!! Vocês não têm noção da minha tensão!!!! No meio disso tudo, lembrei que tava tão nervosa que esqueci de dar descarga no vaso sanitário. Aperto lá o botão pra fazer isso e bingo!!!! A porta do banheiro se abriu, au-to-ma-ti-ca-men-te!!! Lição de moral: em Paris, você só tem direito de ver a cidade se der descarga no vaso, viu?? Não esqueçam disso nunca!!

Agora fica a minha pergunta: tem mesmo que ser tudo automático nesse mundo?? Porque eu fico pensando... se faltar luz, ninguém faz mas nada, né??? Nem cocô direito. É, este mundo tá mesmo perdido...

Beijinhos completamente analógicos.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Senhoras e Senhores, trago boas novas


Ok! Ok! Eu sou uma pessoa que obedece. Ela e ela mandaram e cá estou, obedecendo. Simples assim. A ideia (sem acento, hein?) é escrever 6 coisas about me e passar a bola pra mais 6 vítimas. O problema é que aí do ladinho direito da página já tem um meeeega texto fazendo justamente isso. E o pior, não são apenas 6 coisas, mas um monte delas. Resolvi então falar de algo novo a meu respeito.

1. Adoro carnaval. Sempre foi o feriado que mais me empolgou no ano todo. Depois dele, o Reveillon. Só que passei incríveis 4 anos da minha vida sem pular nem fazer nada de interessante na data. O motivo? Sei lá!! Um pouco de estudo pra concurso, um pouco de falta de grana, um pouco de falta de estímulo. Mas este ano eu resolvi quebrar o jejum e fui pro Rio de Janeiro (ulalá!!). Delícia cremosa. Já iam-se quase 4 anos que não pisava naquela terra maravilhosa e a viagem me fez lembrar de como aquele lugar é bom. O mais curioso: carnaval eu pouco vi, por preguiça mesmo (acreditem) mas o feriado foi pra lá de bom, já que aproveitei pra passear um pouco pela cidade e fazer uma coisa que quase nunca faço quando vou ao Rio: ir à praia. Resumo da ópera: carnaval no Rio é bom com ou sem folia...

2. Adoro cozinhar. Ano passado fiz alguns cursos e entrou nas resoluções de ano novo pra 2009, dar andamento a este projeto. Quero sempre aprender mais e praticar um dos meus hobbies favoritos: reunir os amigos pra testar receitinhas. Resta saber se minhas cobaias continuam dispostas.

3. Adoro cinema. Outra resolução de ano novo foi assistir ao menos um filme clássico e algo no cinema, por semana. Assim, dá pra atualizar as velharias e me manter antenada com o que vem passando. Só no carnaval, assisti a SEIS filmes das antiiiiigas (listados aí do lado) e me diverti horrores com isso. Melhor ainda é poder discutir com alguém, de preferência tomando um café gostoso depois da sessão. Hum...

4. Em 2009 eu vou viajar muito. Sim, isso é uma afirmação. Estou totalmente animada com essa proposta e penso em aproveitar o máximo de feriados possível que rolarem este ano. E olha que não serão poucos. Quando falo em viagem, significa arredar o pé de Brasília, seja pra fora da cidade, do estado ou do país. Aguardem notícias e cartões postais.

5. Morro de vontade de fazer um mestrado na área da Letras. Outro projeto que devo colocar em prática (ou começar) ainda este ano. Pra quem segue vida acadêmica sabe o trampo que é, mas estou disposta. Ainda mais agora que terei tempo suficiente pra estudar coisas que gosto, finalmente...

6. Agora a melhor e mais legal das notícias, que preferi deixar pro final, que alguns aqui já sabem. Depois de 4 anos estudando, tentando, me estressando, quase desistindo... enfim eu consegui!!! Passei no concurso que eu tanto pretendia: do Senado Federal. Pois é, caros amigos, agora é oficial e já posso sair por aí falando. Estou no aguardo somente do Diário Oficial publicar a homologação/nomeação pra me sentir uma mulher completa. Recebi a notícia da primeira fase no dia 31 de dezembro e já entrei o ano novo comemorando duplamente. Há duas semanas saiu o resultado final e, ainda bem, deu tudo certo. Agora é comemorar pro resto da vida meu esforço que foi recompensado!!

É isso, amiguinhos. Depois retomo os posts habituais. Ainda estou me situando à rotina, após 35 dias de férias do mundo... hihihihihi. Afinal, o ano começa agora, depois do carnaval, não é mesmo??

Beijinhos animados, concursados e de feliz 2009!!!

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Já nasci com Cristal Japonês


Eu sou uma besta pra chorar. Mas daquelas que desaguam por qualquer motivo. À toa, à toa.

Exemplo disso fui eu assistindo ao Bom Dia Brasil esses dias e me emocionar, junto com Dona Tereza, mãe da melhor jogadora do mundo, a Marta. Bom, eu já comecei a chorar logo que vi a cara da atleta com os olhos marejados, agradecendo pelo terceiro título seguido. Aí foi só entrar Dona Tereza na jogada pra eu desabar de uma vez por todas enquanto me arrumava pra ir trabalhar. Tem rumo uma coisa dessas?? Ah, a mãe ali, toda orgulhosa. "É gente humilde, que vontade de chorar", já dizia Chico Buarque.

Essa guerra na Faixa de Gaza me arrasou. Tava levando bem até mostrarem cenas de crianças feridas, pais desesperados, famílias despedaçadas. Gente, eu sinto a dor dos outros, tá?? Chorei que me acabei. Pena que isso não ajuda a eles em nada. Mas pelo menos tira a aflição do meu peito. Fazer o quê? Sou sensível, oras.

Outro dia estava assistindo na tv a uma retrospectiva de esportes. No que mostrou a seleção brasileira comemorando o tetracampeonato (isso, galera, lá em 1994 e eu me emociono até hoje), Bebeto fazendo aquele gesto de embalar um bebê sendo seguido por todos os seus parceiros, eu desabei na frente da televisão. E o pior é que o nariz entope que é uma beleza. Fico toda congestionada. Mas que é bonito, isso é.

Pra piorar, devo confessar que mesmo odiando filmes de ETs, tendo detestado "O Dia Que a Terra Parou", eu tentei, discretamente, limpar minhas lágrimas quando o molequinho chora nos braços da madrasta sobre a lápide do pai falecido. Chorei de novo. E ainda tentei disfarçar, mas acho que não adiantou nada (será que o namorado viu??). E ainda tem o bom e velho ET. Gente, como é que vocês conseguem ver aquele filme e não chorar no final?? Ah não, triste demais. Dá uma peninha dele indo embora... Assisti de novo têm uns dois dias e não me contive, pra variar.

E eu nem conto mais as vezes que choro vendo novela. No dia que a Irene (Glória Menezes) descobriu que tinha feito papel de boba nas mãos da Flora (Patrícia Pillar), em A Favorita, eu precisei me levantar pra ir ao banheiro pegar um lenço, porque a essa altura já saia água dos meus olhos e do meu nariz. Fungava tanto que faltei soluçar. Tadinha da velhinha... foi passada pra trás o tempo todo e nem sacou. Não é triste isso, minha gente??? Não dá pra ficar indiferente.

E por aí vai, Mayra chorando daqui, o povo rindo dela dali e ela nem se importando. Volta e meia sai uma pesquisa aí dizendo que chorar faz bem. Feliz de mim, que só preciso ver uma novela ou assistir às desgraças do mundo no Bom Dia Brasil pra desafogar o peito. Eu chamo isso de sensibilidade, embora alguns chamem de frescura. Esses, provavelmente, são aqueles cobertos por uma "casca dura" que não se deixam levar pelas emoções. Por favor, alguém avise a eles que não extravasar os sentimentos faz a gente adoecer. E pra quê ficar doente se o remédio está nos seus olhos e no seu coração?? Põe pra fora, baby. Vai ser bom, vai por mim.

Beijinhos lacrimosos e emocionados. Ou vai me dizer que você nunca chora???

segunda-feira, janeiro 19, 2009

ETs, Go Home!


Esta semana me convenci de uma coisa muito séria: eu destesto filmes de ETs. E não venha tentar me convencer do contrário porque eu precisei de anos pra chegar a esta conclusão, ok?

Depois de meses (eu disse meeeeses) sem ir ao cinema, decidi acabar com o jejum indo ao shopping sem pretensão nenhuma. Afinal, andava tão alheia ao que vinha passando que qualquer coisa era lucro. Pois bem, no lugar onde escolhi assistir a algum filme, só tinham coisas que eu não queria ver. Tem cabimento uma coisa dessas? A pessoa se diz livre de espírito pra ver qualquer coisa e na hora H vê que não é bem assim que a coisa funciona.

Pois bem. Dentre as opções apresentadas, a única que me apeteceu foi "A Troca", com a linda da Angelina Jolie. Não fosse o fato de que havia meia hora que o filme havia começado, teria saído muito mais feliz da sala escura. Eis que sobra, só e somente só, o remake de "O Dia Que a Terra Parou". Olhei pro namorado com aquela cara de ah-não-remake-não mas num adiantou nada. Já tínhamos nos tacado pro outro lado da cidade com a intenção de ver um filme, teríamos que entrar no que fosse menos pior, pra fazer valer o tempo, disposição e até a gasolina, que anda muito cara. Só depois foi que me dei conta: qualquer coisa pode ser menos pior do que aquilo. Nem o rostinho bonito do Keanu Reaves salva a fita. Pra não dizerem que estou sendo chata demais, a única coisa legal do filme é um robozão-muito-fera, grande pra caramba, que apaga e desarma tudo à sua volta só com uma luz vermelha que emite dos olhos. Achei massa, confesso. Mas pára por aí.

E vamos falar sério: eu nunca gostei de fição científica. Tirando os clássicos, do naipe de "Blade Runner" e "Alien", eu não gosto dessa categoria, definitivamente. E agora cheguei à fortíssima conclusão de que eu odeio filme de ET. Mas odeio mesmo, com todas as minhas forças. Primeiro que eu não acredito em ET do jeito que costumam mostrar. Segundo que eu tenho preguiça dessa coisa de que eles sempre vão invadir a Terra, acabar com todo mundo e os americanos tolos com seus canhões e explosões achando que vão exterminá-los. Tem dó, né?? Filme de ET pra mim, só "Marte Ataca", do Tim Burton, que faz um grande deboche em cima do também péssimo "Independence Day". E olhe lá!

Saí do filme frustrada. Depois de séculos sem ver nada, o que vi, não gostei. Aliás, detestei. Saí do cinema foi muito puta-das-calças, isso sim, jurando pra mim mesma que nunca mais nesta vida, pago pra ver filme de ET. Aliás, de ET já me basta o do Spielberg, que pra ser exceção a essa minha regra, me faz chorar até hoje. E não vem rir de mim não porque eu sou sensível, tá? Afinal, ele não quer dominar o mundo e ninguém fica afim de explodir com a cara do pobrezinho que faz a bicicleta voar, né??

Entendeu bem meu recado? Vá ao cinema ver um filme de ET mas não me chame. Ou então eu explodo com você e te envio pro espaço na primeira nave-mãe que aparecer. Juro por Deus.

Beijinhos indignados com o primeiro filme visto no ano.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Batidinhas


O Patrão morreu. Há quinze anos, quem ia era o Tatu. Suicidou-se aos 50 anos. Lembro bem da notícia dada no Jornal Nacional. Agora a Ilha da Fantasia se acabou de vez. O Senhor Roarke e seu fiel auxiliar anão conseguiam prender minha atenção a ponto de não desgrudar da tv por um só minuto. Eu adorava aquele seriado. Era delicioso ficar imaginando os próximos desejos dos convidados da ilha a serem realizados ali. Agora que o Patrão se foi, só resta alguma emissora aproveitar pra reprisar os episódios. Eu assistiria tudo de novo, outra vez.

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E eu não falei aqui sobre a reforma ortográfica. Sabe que eu até gostei?? Principalmente porque não mexeram na crase. Se aquele acentinho torto tivesse que ser modificado também, eu já teria mudado pra outro país sem língua portuguesa. Eu não consigo aprender as regras de crase, até hoje me enrolo. Adorei eliminarem o trema, embora achasse um charme aquelas bolinhas em cima do U. Acho fofo escrever nomes como Müller e Björk. Pelo menos ninguém mexeu nos nomes próprios, né? Agora tá todo mundo reclamando do hífen. Ah gente, é bem tranquilo. Basta decorar uma penca de prefixos que agora são separados (ou não) pelo tracinho e (tentar) ser (quase) feliz. Simples assim... hehehehe. E você, já providenciou seu manual e tá treinando a nova escrita ou vai esperar chegar 2012, quando a reforma passará a valer de uma vez por todas?? Se liga, malandro!

Beijinhos de luto pelo meu heroi (sem acento) da infância.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Life is Beautiful


O ano começou bem. Aliás, ótimo. Melhor, acho que impossível. Só não começou mais sensacional porque, junto com ele, vieram 2 quilinhos adquiridos com tantas confraternizações, ceias e brindes. Natural pra época, mas que fazem qualquer criatura normal ficar deprimida em janeiro. E começar o ano de dieta. Básico.

O ano passado foi estranho. Aliás, foi tenso. Não foi dos piores, mas está longe de estar entre os melhores. Foi um ano ímpar, embora tenha sido par (que frase horrorosa foi essa, Mayra??). Diria até que "foi salvo" pelo show da Madonna. Ah, tá aí louco de curiosidade pra saber como tudo se passou com esta que vos fala, né?

Sem muito o que contar. Ainda estou sem palavras. Farei algumas (poucas) considerações pra não matar você de ansiedade:

1. Reencontrei Kinha, amiga-muito-querida de Recife que foi pra Sampa pelo mesmo motivo que eu: amor e paixão incondicionais pela Diva. Não desgrudamos durante os poucos dias que ficamos por lá. Foi lindo. Mais ainda compartilharmos um momento tão único pras duas. Valeu mais que um pacto de sangue. Somos irmãs "de Madonna" agora. E ninguém tira isso da gente.

2. Viajar com a família pela primeira vez, pra assistir a um show digno na Broadway, pela primeira vez. Tudo bem que eu nunca vi um show na Broadway na vida, mas era a única coisa que me ocorria pra descrever o que vi ali: um espetáculo de primeira qualidade. Aqui, na Mayralândia, isso deve ser coisa da Broadway sim.

3. Ter ao Kinha a meu lado durante o show pagando de intérprete não teve preço. Sim, porque vocês acham mesmo que com meu inglês intermediário, misturado à ansiedade e no meio daquela multidão, eu tinha condições de entender o que a Madonna dizia?? Of course que not. O melhor era que ela dizia tal coisa, aí o povo urrava. Então eu olhava pra Kinha com um ponto de interrogação na minha testa e ela traduzia. Pois é, meus urros vinham todos com delay, de quem entendeu a piada só depois. E eu não tava nem aí. Gritava do mesmo jeito. Foi engraçado mas foi lindo.

4. Tomar cerveja das 16h às 21h30, enquanto esperava o show começar (tudo pra guardar um bom lugar, e guardamos) e decidir não arredar o pé enquanto a Diva estivesse no palco. Incrível como a vontade de fazer xixi só apareceu quando surgiu "Game Over" no telão. Isso é que é concentração num show, rapaz.

5. Enfrentar um ônibus lotado de volta pra casa, depois de termos andado um monte, os pés doendo e alguma fome. Ainda encontrar na condução um paulistano-muito-puto com a lerdeza do motorista na direção, não podia ter sido melhor. Fomos rindo em pé, sacolejando, agarrados nos canos de segurança do alto do veículo. Valeu a pena e muitas histórias pra contar daquele ser indignado.

6. Ver meu pai animadíssimo com Madonna enlouquecendo no palco. Ver meu pai dançando e vibrando a cada surto da Diva. Ver pai, irmão e irmãzinha boquiabertos em determinados momentos, com ar de "putaquepariu, quequiéisso, mermão???". Bom demais.

7. Cruzar um vendedor de churrasquinho na porta do Morumbi, que fazia sua publicidade aos berros, aos passantes: "Olha o churrasquinho das pelancas da Madonnaaaaaaa". Tem como não rir???

8. Enfrentar uma hora na fila à espera da abertura do portão e, na hora de entrar, ver o pai sendo revistado e tendo que explicar que o volume no bolso do casaco era um singelo cachimbo. Pra completar, enquanto o pai sofria o baculejo, a mãe ligava de Brasília pra ter notícias e saber se tudo corria bem com todo mundo. "Te ligo depois, Fátima!!! Tô sofrendo um baculejo aqui!!". Tinha que rir de novo, né? Foi hilária a situação.

9. Surtar por completo quando tocou "Like a Prayer", única música que sei a letra inteira, sem errar. O resto eu invento. Meu inglês-embromation se sai super bem nessas horas. Sou Madonnete mas não consigo decorar letra nenhuma de música, de ninguém, nem dela. Ainda assim, fiquei afônica no dia seguinte sem saber cantar nenhuma música por inteiro. Tudo bem que boa parte foi de tanto falar.

10. Praticamente não ter tirado fotos do show, por pura e simples vontade de não perder nenhum momento. Pra que registro?? Tá tudo guardadinho nos únicos lugares que interessam: minha cabeça e meu coração.

Em poucas palavras: foi show!

Beijinhos começando um ano muito feliz com gostinho de ressaca boa de 2008.