terça-feira, julho 05, 2011

Achada e Perdida


Eu costumo dizer que minha mãe é um personagem de tirinhas de jornal. Toda semana tem uma história diferente, engraçada, digna de ser contada pras pessoas. Então eu descobri que realmente sou filha dela e não fico muito longe de ser um desses personagens também. Sabe aquelas pessoas que você diz "têm coisas que só acontecem com você?", pois é, sou eu. Quem conhece este blog há muito tempo, sabe disso.

E este final de semana aconteceu mais um episódio que merece virar post. Aliás, quando comentei com as pessoas do ocorrido, foi a frase que eu mais ouvi: "essa tem que ir pro blog". Por isso, cá estou.

Mayroca já não é uma pessoa muito tranquila, ou melhor dizendo, que fique muito tempo parada, sem aprontar alguma coisa. Pegando o embalo desse meu ritmo de vida, fui me divertir numa festa famosa em Brasília, da escola Vivendo e Aprendendo. É gente que sai pelo ladrão, duas pistas de dança e um povo pra lá de bonito. Lá fui eu, marcar minha presença.

Tudo começou quando resolvi visitar um banheiro químico. Depois de terminado meu serviço, ao lado do rolo de papel eu encontrei uma carteira perdida. Isso mesmo. Alguém esqueceu ou deixou cair uma carteira "Cartier, Paris" (sim, sim, sim) com tudo dentro e devia estar louco à procura, pensava eu.

(Nota mental: por que as pessoas insistem em sair pra balada com todos os documentos, cartões, talões de cheque e carteirinhas de mil coisas diferentes? Principalmente quando sabem que vão encher a cara, deveriam deixar o máximo possível de coisas em casa pra evitar maiores dores de cabeça provenientes não apenas do álcool.)

Guardei a carteira na minha bolsa e procurei uma seção de Achados e Perdidos na festa. Não encontrei. Mas confesso que também não procurei com tanto afinco, pois estava mais empenhada em dançar que qualquer outra coisa. Pensei: "amanhã eu dou um jeito de localizar essa pessoa e devolvo tudo pra ela". Ok.

Acordo no domingo e lembro que tinha uma boa ação a ser feita. Reviro a carteira do cidadão à procura de qualquer pista que me ajudasse a entrar em contato com ele. Descobri que cursou Contabilidade na UnB, frequenta bons restaurantes (comprovantes de cartão hoje só servem pra isso, pra alguém saber melhor da sua vida e deixar a carteira mais gorda) e que passa muitos cheques (canhotos e canhotos). Nada aparecia pra facilitar a minha vida. Eis que encontro um pedaço de guardanapo escrito em letras tortas "Karina" e um telefone rabiscado. Mas aí eu pensei: "E se essa Karina foi alguém que ele conheceu na night e mal conhece? E se ela não quiser que ele ligue de volta? Pior!! E se eu ligar e ela achar que eu sou a mulher louca do cara querendo tirar satisfações?". No way! Deixei o papel ali de stand by e continuei minha busca por outra forma de contato.

No meio disso tudo, me arrumo pra ir pro Pontão do Lago Sul, complexo de restaurantes e área de lazer que reúne a maior concentração de carros de bacanas por metro quadrado em Brasília. Peguei um táxi e fui encontrar uns amigos, já que meu destino era uma cervejaria e provavelmente eu não passaria num bafômetro na volta pra casa. Pouco antes de sair de casa, tenho a brilhante idéia de jogar o nome do infeliz proprietário de uma carteira perdida no Facebook pra ver se descubro alguma coisa. Bingo! O cara tava lá! O nome completinho!! Consegui mandar uma singela mensagem: "Oi, achei sua carteira na festa da Vivendo, me liga". Aliviada, decidi levar a carteira comigo, caso ele ligasse e já quisesse me encontrar pra resgatá-la. Ufa!!

Cheguei no Pontão no começo da tarde e saí de lá no começo da noite. Esse cidadão NUNCA me deu notícias. Ou não está preocupado com o que perdeu ou então é um desligado mesmo. Porque se fosse eu, já tinha acessado tudo o que eu pudesse pra saber se alguém estava com meus documentos. Ema, ema, ema, cada um com seu problema. Da cervejaria fui pra outro restaurante encontrar meu irmão e amigos, onde rolava um sambão. Dancei, me diverti e cansei. Peguei outro táxi pra casa, rumo aos braços de Morfeu.

Segunda-feira eu acordo e vou me preparar pra mais uma semana que começa. Dia longo no trabalho e muita coisa pra fazer. Pego minha bolsa pra ir trabalhar e... cadê a carteira do rapaz que estava aqui? O gato comeu!!! Isso mesmo, minha gente, eu perdi!!! E não adianta brigar comigo porque quem perdeu primeiro foi ele. Ora essa... Não estava na minha bolsa, não estava na minha casa e eu só posso pensar que deve ter caído no meio do samba ou no táxi (que eu peguei no meio da rua). Fiquei completamente alucinada procurando por ela e nada. Então relaxei e tive um momento Pollyanna: antes a dele do que a minha, bora combinar?

Nunca o termo "achados e perdidos" fez tanto sentido! Essa carteira criou pernas desde sábado e hoje já é terça. Até agora, ninguém se preocupou com ela, a não ser eu. E tô aqui fazendo mentalização pra que esse cidadão não me ligue nunca, porque eu até agora não sei o que vou dizer... "Oi... errr.... pois é, sua carteira tava comigo e agora não está mais! Veja que coisa!". Só fico na torcida pra que alguém com a mesma boa intenção que eu (ah, eu tentei, néam?) a tenha encontrado e consiga devolvê-la sã e salva. Porque achar uma carteira na Asa Norte e perdê-la no Lago Sul é uma coisa que só Mayra Cunha consegue fazer!

Beijinhos de quem tá até agora pensando que isso é uma pegadinha.

18 comentários:

Carla Caldas disse...

A sua sorte é que não foi o seu cartão de crédito, querida! Porque esse eu achei no chão do Beirute e guardei com carinho!

Mayra Cunha disse...

você foi meu anjo da guarda, carlinha!! eu bem que tentei ser a desse cidadão, mas fiquei mais pra anja torta!!! kkkkkkk!!!!

Ana Tres disse...

kkkkkkkkk só vc Mayroca!!!!

Manuela Bailão disse...

Menina, quem tava no banheiro errado, vc ou ele? Pq deveria ter banheiros femininos e masculinos!

Mayra Cunha disse...

Ele, Manu!!! Eu juro!!! Saí do banheiro foi rindo disso!!! Talvez a carteira dele estivesse sendo guardada na bolsa de alguma garota/amiga que estava com ele.

Carol Jardon disse...

PQP! morri de rir.
kkkkkkkkkkkkkkkkk

ZéHélder disse...

Ou então alguma garota inimiga que odeia ele pegou a carteira pra guardar no banheiro feminino sem ele saber.
Alguém deve ter achado a carteira e devolvido pra ele. Agora imagina: o cara perde na vivendo e acham ela no pontão.
Terceira hipótese: ele mesmo foi ao pontão no domingo a tarde a acabou achando.

sli disse...

já apagou o post no face?

sli disse...

já apagou o post do face?

Wilson Natale disse...

Ahahahahaaaa!!!
O inferno tá lotado de boas intenções e, claro, boas ações.
Fosse eu, então, para me livrar do inferno - Amém! - seria Cartier de Paris no meu bolso e o conteúdo dela oferecido em sacrifício aos químicos da privada... Ahahahaaaa!
Ainda bem que o perdido, perdido já estava, embora você tenha perdido seu tempo em ansiosa preocupação pelo contratempo do indivíudo etílicamente correto , tanto que ele deve estar saindo agora da manguaceira.
E agora, pensando bem, essa Cartier deve ter uma historinha insólita... Logo, logo, vira lenda urbana: A Cartier Fantasma dos Banheiros públicos, como a Loura dos Banheiros Escolares... Tcham, tcham, tcham, tchaaam!!! (Isola, meu!)... Ahahahahaaaaa!!!
Beijins elétricos, tipo "thriller", ou um cheirim tipo narizinho do Michael Jackson.
Adorei o Post! :)
Wilson

Anônimo disse...

Tira o post que pôs no FB pra evitar problemas e ou cobranças, né melhor?

Mayra Cunha disse...

Não foi um post, Savinho, foi mensagem. Mesmo que eu apague, ele já recebeu. Tem jeito não. :-/

Erika Germanos disse...

Rolei de rir! E agora? Será q alguém achou a carteira!!! Kkkkkkk
Bjo

Roberto disse...

KKKKKKKKK. Muito boa essa. Calma, Mayroca, que seu carma tá liberado. Você pelo menos tentou. Se o próximo na lista da carteira não tiver a mesma consciência, ué... paciência.

raquel aviani disse...

essa carteira deve ser do dono dos isqueiros e canetas Bic

Mauro disse...

incrível. morri de rir. ainda bem que não foi a minha ;)

Mauro disse...

incrível!!!!! ainda bem que não era a minha ;)

Diego Iraheta disse...

Muito divertida a historia, Mayra! Ansioso pelo que aconteceu, vou ler o desfecho agora. Beijos.