quarta-feira, novembro 26, 2014

Live and let die


Eu já fui melhor nisso. Nessa coisa de me animar pra assistir grandes shows. Não que eu não goste, pelo contrário, mas quando penso em toda logística envolvida, no tempo gasto e no cansaço que vou ter, eu penso duas ou três vezes antes de ir. E geralmente desisto. Mas era o Paul McCartney e na minha cidade.

Dito e feito. Foram quase sete horas em pé na chuva. Duas horas de antecedência pra evitar filas e garantir um lugar razoável, fichas de bebida e ida ao banheiro. Uma hora e dez de atraso, quase três de show e mais uma hora e pouco pra conseguir ir embora e pegar um táxi pra casa. Ah, esqueci de dizer que incluí minha mãe nessa história toda. Dizem que ser mãe é padecer no Paraíso. Nesse caso, o "Paraíso" se chamava Mané Garrincha.

Eu nem vou perder tempo aqui dizendo que o show foi lindo, que o Paul é ótimo, coisa e tal. Isso dispensa comentários. Foi meu segundo show dele, eu já esperava por isso. Bacana foi vê-lo na minha cidade (ou outro eu vi em Recife) e com meus amigos. Tudo bem que não conseguimos nos encontrar direito porque celular nenhum falava lá dentro, mas a gente finge que conseguiu ver junto e pronto.

Cismei que um dos guitarristas do Paul parecia com o McFly, o pai pateta de "De Volta Para o Futuro" e não conseguia tirar o olho dele. Tá, confesso que achei ele gatinho. Enquanto a amiga babava pelo guitarrista loiro que eu achei parecido com um David Bowie depois de um tornado. O Paul entrou no palco vestido de garçom do Beirute, achei lindo aquilo. Glaro que não foi de propósito, mas pra mim foi. Brasília agradeceu imensamente. Cícero que se cuide.


Ir embora foi uma saga. A gente quase se jogou no meio do Eixo Monumental pra conseguir um táxi. Cheguei a cogitar de nós irmos de bicicletinha laranja do Itaú, tamanha dificuldade por um transporte. Imaginei a cena: nós todas com capa de chuva, pedalando pela cidade de madrugada. Seria uma cena perfeita do E.T. Seria demais colocar mamãe numa dessas. Só ia faltar o Spielberg.

Eu não sei se estou ficando velha ou se já passe por isso demais na minha vida e não tenho mais saco mesmo. Mas ir pra esses eventos e enfrentar essa mão-de-obra toda dá uma canseira que chega desanima. Tem que valer muito a pena. Esse show valeu. Já andam falando dos Rolling Stones virem pra cá ano que vem. Já tô me vendo de novo nesse esquema. E lá vou eu carregar mamãe comigo mais uma vez, querem ver só?

Beijinhos de velha caquética e reclamona.

2 comentários:

Ernani Filho disse...

aventura. e vc, torno a repetir, escreve de uma forma gostosa, leve. eu gosto mto

Geso Alves disse...

A leitura é ótima mesmo...vi direitinho as cenas..