quinta-feira, abril 22, 2010

É porque eu gosto taaanto de você


Eu tenho inveja de Brasília.

Porque ela cinquentona é cheia de curvas e retas que eu aos 34 anos não tenho.

Porque é moderna, arrojada e espaçosa. Se eu me atrever a ser tudo isso junto vou ser chamada de piriguete. Ela não.

Porque sua lógica urbanística é feita de letras e números e eu adoro não ter que decorar nomes de ruas e avenidas. Planos cartesianos fazem mais sentido na vida das pessoas.

Porque não tem esquina. Tem cantos e isso é suficiente. E não tem travessas nem cruzamentos.

Porque acolhe sem preconceito nativos de todos os estados do país. E faz dos nascidos nela, pessoas que se interessam em conhecer o resto do Brasil.

Porque daqui, todos os caminhos levam para Unaí. Eu não sei o que tem lá, mas sei que é fácil de chegar.

Porque tem personalidade a ponto de quem a visita pela primeira vez amá-la ou odiá-la. Odiou? Volta pra casa, simples assim.

Porque aqui não se buzina. Odeio cinquentonas histéricas.

Porque é poderosa. E sim, pode tudo.

Porque é um avião. Precisa dizer mais? Fiu-fiu!

Porque tem vias largas, eixos que se cruzam e monumentos magníficos que deixam quem a vê pela primeira vez boquiabertos.

Porque tem um pôr-do-sol ci-ne-ma-to-grá-fi-co. E não adianta dizer que o da sua terra é mais bonito. Não é.

Porque tem um clima muito doido. No entanto, nos manda pra cachoeiras nos arredores na seca e nos faz reunir os amigos na época de chuvas.

Porque tem o maior mastro em aço de bandeira do mundo. E a menor sala de cinema do mundo também.

Porque tem o Beirute, o Xique-Xique, o Careca e a Pizzaria Dom Bosco. Atóóóro ir pra lá quando na dúvida do que comer e do que beber.

Porque tem um foguete no Parque Ana Lídia que todo mundo brincou quando criança.

Porque tem a presença do JK pra todo lado. E eu gosto do JK.

Porque aqui é a cidade do rock, a cidade do chorinho e a cidade da esperança.

Porque aqui se pára na faixa de pedestres, inclusive pros Dragões da Independência atravessarem.

Porque ver batedores na rua (des)organizando o trânsito é lugar-comum. E encontrar o Presidente da República em eventos também.

Porque é ótimo dizer "tô na ponte" quando ainda nem saiu de casa. E porque tem uma ponte linda que imita o movimento da pedrinha quando jogada na água.

Porque eu me emociono até hoje quando desço a Esplanada no fim da tarde, com a luz linda depois de uma chuva e vejo que a maquete criou status de cidade grande.

Porque foi a cidade que meus pais escolheram e acolheram como deles. Porque eu nasci aqui, fui criada aqui e não faz parte dos meus planos ir embora tão cedo.

Pensando bem, acho que não é inveja não... é admiração. Muuuuita admiração.

Beijinhos de "é pique, é hora, rá-tim-bum" pra essa cidade linda!

segunda-feira, abril 19, 2010

Que leitE quentE, tchê!


Recentemente viajei bastante a trabalho. Estive em Fortaleza, Rio, Porto Alegre e Curitiba. Nessas viagens a gente rala muito, dorme pouco e ainda se diverte com a equipe. Se não relaxar, não há trabalho que dignifique o homem, não é mesmo?

Mas eu preciso desabafar (sob risco de ser apedrejada, eu sei). Estive pela terceira vez na minha vida na capital gaúcha e, infelizmente, ela não conseguiu me encantar de novo. Nada a ver com meu trabalho, que correu bem e deu tudo certo. O lance é o charme de Porto Alegre, ou a falta dele, não sei. Se existe, preciso descobrir. Já tentei entender o que é que a cidade tem pra oferecer e não consigo ver nada que me faça querer voltar, com todo respeito aos nativos de lá. O rio Guaíba e suas proximidades parece ser o único cartão postal da cidade. O centro está descuidado, sujo e sempre muito escuro e sombrio. As ruas estreitas e os altos prédios dão uma sensação de opressão que eu não consigo me adaptar. Vai ver é porque eu sou de uma cidade ampla, com muito verde e sem arranha-céus. Será?

Conheci Curitiba no carnaval deste ano. Depois de muito ouvir falar (bem) de lá, estive por uma semana numa das cidades mais bem organizadas em que já estive. Bem organizada e bonita. Curitiba é arejada, limpa, agradável. Quanto aos curitibanos, não sei dizer. Mesmo ficando por lá 8 dias não conheci nenhum. Neste último final de semana retornei pra trabalhar e tive e mesma impressão de antes: Curitiba é o máximo! E acho que essa impressão ficou ainda mais presente por chegar lá vindo de PoA. Acho que rolou um choque cultural, sem querer ofender os gaúchos. A capital do Paraná só perde pros pampas no quesito "beleza-e-simpatia-das-pessoas", o que é um fator importantíssimo, vamos combinar.

Eu sou uma pessoa positiva, sabe? E me proponho sempre a insistir até que a coisa se resolva. Faço isso com tudo em minha vida. Não sei se é otimismo ou teimosia. Só sei que não desisto fácil. E como eu sou insistente, ainda quero voltar a Porto Alegre pra conhecer a tal cena musical de que tanto falam. Rock and roll na veia? Não vi muita coisa. Mas dá pra notar que as pessoas têm uma certa atitude diferente dos outros lugares. Bairrismo? Talvez. Até porque lá é o único lugar do país onde se toca o hino do estado antes do hino nacional e todos os presentes cantam em alto e bom som. É de emocionar, confesso. E eu nem sei o hino do DF, pensem... E você, sabe o hino do seu estado na ponta da língua?

Beijinhos de quem quer iniciar uma sequência de viagens a passeio.