segunda-feira, janeiro 26, 2009

Já nasci com Cristal Japonês


Eu sou uma besta pra chorar. Mas daquelas que desaguam por qualquer motivo. À toa, à toa.

Exemplo disso fui eu assistindo ao Bom Dia Brasil esses dias e me emocionar, junto com Dona Tereza, mãe da melhor jogadora do mundo, a Marta. Bom, eu já comecei a chorar logo que vi a cara da atleta com os olhos marejados, agradecendo pelo terceiro título seguido. Aí foi só entrar Dona Tereza na jogada pra eu desabar de uma vez por todas enquanto me arrumava pra ir trabalhar. Tem rumo uma coisa dessas?? Ah, a mãe ali, toda orgulhosa. "É gente humilde, que vontade de chorar", já dizia Chico Buarque.

Essa guerra na Faixa de Gaza me arrasou. Tava levando bem até mostrarem cenas de crianças feridas, pais desesperados, famílias despedaçadas. Gente, eu sinto a dor dos outros, tá?? Chorei que me acabei. Pena que isso não ajuda a eles em nada. Mas pelo menos tira a aflição do meu peito. Fazer o quê? Sou sensível, oras.

Outro dia estava assistindo na tv a uma retrospectiva de esportes. No que mostrou a seleção brasileira comemorando o tetracampeonato (isso, galera, lá em 1994 e eu me emociono até hoje), Bebeto fazendo aquele gesto de embalar um bebê sendo seguido por todos os seus parceiros, eu desabei na frente da televisão. E o pior é que o nariz entope que é uma beleza. Fico toda congestionada. Mas que é bonito, isso é.

Pra piorar, devo confessar que mesmo odiando filmes de ETs, tendo detestado "O Dia Que a Terra Parou", eu tentei, discretamente, limpar minhas lágrimas quando o molequinho chora nos braços da madrasta sobre a lápide do pai falecido. Chorei de novo. E ainda tentei disfarçar, mas acho que não adiantou nada (será que o namorado viu??). E ainda tem o bom e velho ET. Gente, como é que vocês conseguem ver aquele filme e não chorar no final?? Ah não, triste demais. Dá uma peninha dele indo embora... Assisti de novo têm uns dois dias e não me contive, pra variar.

E eu nem conto mais as vezes que choro vendo novela. No dia que a Irene (Glória Menezes) descobriu que tinha feito papel de boba nas mãos da Flora (Patrícia Pillar), em A Favorita, eu precisei me levantar pra ir ao banheiro pegar um lenço, porque a essa altura já saia água dos meus olhos e do meu nariz. Fungava tanto que faltei soluçar. Tadinha da velhinha... foi passada pra trás o tempo todo e nem sacou. Não é triste isso, minha gente??? Não dá pra ficar indiferente.

E por aí vai, Mayra chorando daqui, o povo rindo dela dali e ela nem se importando. Volta e meia sai uma pesquisa aí dizendo que chorar faz bem. Feliz de mim, que só preciso ver uma novela ou assistir às desgraças do mundo no Bom Dia Brasil pra desafogar o peito. Eu chamo isso de sensibilidade, embora alguns chamem de frescura. Esses, provavelmente, são aqueles cobertos por uma "casca dura" que não se deixam levar pelas emoções. Por favor, alguém avise a eles que não extravasar os sentimentos faz a gente adoecer. E pra quê ficar doente se o remédio está nos seus olhos e no seu coração?? Põe pra fora, baby. Vai ser bom, vai por mim.

Beijinhos lacrimosos e emocionados. Ou vai me dizer que você nunca chora???

segunda-feira, janeiro 19, 2009

ETs, Go Home!


Esta semana me convenci de uma coisa muito séria: eu destesto filmes de ETs. E não venha tentar me convencer do contrário porque eu precisei de anos pra chegar a esta conclusão, ok?

Depois de meses (eu disse meeeeses) sem ir ao cinema, decidi acabar com o jejum indo ao shopping sem pretensão nenhuma. Afinal, andava tão alheia ao que vinha passando que qualquer coisa era lucro. Pois bem, no lugar onde escolhi assistir a algum filme, só tinham coisas que eu não queria ver. Tem cabimento uma coisa dessas? A pessoa se diz livre de espírito pra ver qualquer coisa e na hora H vê que não é bem assim que a coisa funciona.

Pois bem. Dentre as opções apresentadas, a única que me apeteceu foi "A Troca", com a linda da Angelina Jolie. Não fosse o fato de que havia meia hora que o filme havia começado, teria saído muito mais feliz da sala escura. Eis que sobra, só e somente só, o remake de "O Dia Que a Terra Parou". Olhei pro namorado com aquela cara de ah-não-remake-não mas num adiantou nada. Já tínhamos nos tacado pro outro lado da cidade com a intenção de ver um filme, teríamos que entrar no que fosse menos pior, pra fazer valer o tempo, disposição e até a gasolina, que anda muito cara. Só depois foi que me dei conta: qualquer coisa pode ser menos pior do que aquilo. Nem o rostinho bonito do Keanu Reaves salva a fita. Pra não dizerem que estou sendo chata demais, a única coisa legal do filme é um robozão-muito-fera, grande pra caramba, que apaga e desarma tudo à sua volta só com uma luz vermelha que emite dos olhos. Achei massa, confesso. Mas pára por aí.

E vamos falar sério: eu nunca gostei de fição científica. Tirando os clássicos, do naipe de "Blade Runner" e "Alien", eu não gosto dessa categoria, definitivamente. E agora cheguei à fortíssima conclusão de que eu odeio filme de ET. Mas odeio mesmo, com todas as minhas forças. Primeiro que eu não acredito em ET do jeito que costumam mostrar. Segundo que eu tenho preguiça dessa coisa de que eles sempre vão invadir a Terra, acabar com todo mundo e os americanos tolos com seus canhões e explosões achando que vão exterminá-los. Tem dó, né?? Filme de ET pra mim, só "Marte Ataca", do Tim Burton, que faz um grande deboche em cima do também péssimo "Independence Day". E olhe lá!

Saí do filme frustrada. Depois de séculos sem ver nada, o que vi, não gostei. Aliás, detestei. Saí do cinema foi muito puta-das-calças, isso sim, jurando pra mim mesma que nunca mais nesta vida, pago pra ver filme de ET. Aliás, de ET já me basta o do Spielberg, que pra ser exceção a essa minha regra, me faz chorar até hoje. E não vem rir de mim não porque eu sou sensível, tá? Afinal, ele não quer dominar o mundo e ninguém fica afim de explodir com a cara do pobrezinho que faz a bicicleta voar, né??

Entendeu bem meu recado? Vá ao cinema ver um filme de ET mas não me chame. Ou então eu explodo com você e te envio pro espaço na primeira nave-mãe que aparecer. Juro por Deus.

Beijinhos indignados com o primeiro filme visto no ano.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Batidinhas


O Patrão morreu. Há quinze anos, quem ia era o Tatu. Suicidou-se aos 50 anos. Lembro bem da notícia dada no Jornal Nacional. Agora a Ilha da Fantasia se acabou de vez. O Senhor Roarke e seu fiel auxiliar anão conseguiam prender minha atenção a ponto de não desgrudar da tv por um só minuto. Eu adorava aquele seriado. Era delicioso ficar imaginando os próximos desejos dos convidados da ilha a serem realizados ali. Agora que o Patrão se foi, só resta alguma emissora aproveitar pra reprisar os episódios. Eu assistiria tudo de novo, outra vez.

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E eu não falei aqui sobre a reforma ortográfica. Sabe que eu até gostei?? Principalmente porque não mexeram na crase. Se aquele acentinho torto tivesse que ser modificado também, eu já teria mudado pra outro país sem língua portuguesa. Eu não consigo aprender as regras de crase, até hoje me enrolo. Adorei eliminarem o trema, embora achasse um charme aquelas bolinhas em cima do U. Acho fofo escrever nomes como Müller e Björk. Pelo menos ninguém mexeu nos nomes próprios, né? Agora tá todo mundo reclamando do hífen. Ah gente, é bem tranquilo. Basta decorar uma penca de prefixos que agora são separados (ou não) pelo tracinho e (tentar) ser (quase) feliz. Simples assim... hehehehe. E você, já providenciou seu manual e tá treinando a nova escrita ou vai esperar chegar 2012, quando a reforma passará a valer de uma vez por todas?? Se liga, malandro!

Beijinhos de luto pelo meu heroi (sem acento) da infância.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Life is Beautiful


O ano começou bem. Aliás, ótimo. Melhor, acho que impossível. Só não começou mais sensacional porque, junto com ele, vieram 2 quilinhos adquiridos com tantas confraternizações, ceias e brindes. Natural pra época, mas que fazem qualquer criatura normal ficar deprimida em janeiro. E começar o ano de dieta. Básico.

O ano passado foi estranho. Aliás, foi tenso. Não foi dos piores, mas está longe de estar entre os melhores. Foi um ano ímpar, embora tenha sido par (que frase horrorosa foi essa, Mayra??). Diria até que "foi salvo" pelo show da Madonna. Ah, tá aí louco de curiosidade pra saber como tudo se passou com esta que vos fala, né?

Sem muito o que contar. Ainda estou sem palavras. Farei algumas (poucas) considerações pra não matar você de ansiedade:

1. Reencontrei Kinha, amiga-muito-querida de Recife que foi pra Sampa pelo mesmo motivo que eu: amor e paixão incondicionais pela Diva. Não desgrudamos durante os poucos dias que ficamos por lá. Foi lindo. Mais ainda compartilharmos um momento tão único pras duas. Valeu mais que um pacto de sangue. Somos irmãs "de Madonna" agora. E ninguém tira isso da gente.

2. Viajar com a família pela primeira vez, pra assistir a um show digno na Broadway, pela primeira vez. Tudo bem que eu nunca vi um show na Broadway na vida, mas era a única coisa que me ocorria pra descrever o que vi ali: um espetáculo de primeira qualidade. Aqui, na Mayralândia, isso deve ser coisa da Broadway sim.

3. Ter ao Kinha a meu lado durante o show pagando de intérprete não teve preço. Sim, porque vocês acham mesmo que com meu inglês intermediário, misturado à ansiedade e no meio daquela multidão, eu tinha condições de entender o que a Madonna dizia?? Of course que not. O melhor era que ela dizia tal coisa, aí o povo urrava. Então eu olhava pra Kinha com um ponto de interrogação na minha testa e ela traduzia. Pois é, meus urros vinham todos com delay, de quem entendeu a piada só depois. E eu não tava nem aí. Gritava do mesmo jeito. Foi engraçado mas foi lindo.

4. Tomar cerveja das 16h às 21h30, enquanto esperava o show começar (tudo pra guardar um bom lugar, e guardamos) e decidir não arredar o pé enquanto a Diva estivesse no palco. Incrível como a vontade de fazer xixi só apareceu quando surgiu "Game Over" no telão. Isso é que é concentração num show, rapaz.

5. Enfrentar um ônibus lotado de volta pra casa, depois de termos andado um monte, os pés doendo e alguma fome. Ainda encontrar na condução um paulistano-muito-puto com a lerdeza do motorista na direção, não podia ter sido melhor. Fomos rindo em pé, sacolejando, agarrados nos canos de segurança do alto do veículo. Valeu a pena e muitas histórias pra contar daquele ser indignado.

6. Ver meu pai animadíssimo com Madonna enlouquecendo no palco. Ver meu pai dançando e vibrando a cada surto da Diva. Ver pai, irmão e irmãzinha boquiabertos em determinados momentos, com ar de "putaquepariu, quequiéisso, mermão???". Bom demais.

7. Cruzar um vendedor de churrasquinho na porta do Morumbi, que fazia sua publicidade aos berros, aos passantes: "Olha o churrasquinho das pelancas da Madonnaaaaaaa". Tem como não rir???

8. Enfrentar uma hora na fila à espera da abertura do portão e, na hora de entrar, ver o pai sendo revistado e tendo que explicar que o volume no bolso do casaco era um singelo cachimbo. Pra completar, enquanto o pai sofria o baculejo, a mãe ligava de Brasília pra ter notícias e saber se tudo corria bem com todo mundo. "Te ligo depois, Fátima!!! Tô sofrendo um baculejo aqui!!". Tinha que rir de novo, né? Foi hilária a situação.

9. Surtar por completo quando tocou "Like a Prayer", única música que sei a letra inteira, sem errar. O resto eu invento. Meu inglês-embromation se sai super bem nessas horas. Sou Madonnete mas não consigo decorar letra nenhuma de música, de ninguém, nem dela. Ainda assim, fiquei afônica no dia seguinte sem saber cantar nenhuma música por inteiro. Tudo bem que boa parte foi de tanto falar.

10. Praticamente não ter tirado fotos do show, por pura e simples vontade de não perder nenhum momento. Pra que registro?? Tá tudo guardadinho nos únicos lugares que interessam: minha cabeça e meu coração.

Em poucas palavras: foi show!

Beijinhos começando um ano muito feliz com gostinho de ressaca boa de 2008.