segunda-feira, setembro 27, 2010

Mais uma estrelinha no céu


Quando eu nasci, meus dois avôs já haviam partido. Cresci ouvindo histórias de que eram divertidíssimos e com um senso de humor fantástico. Ainda hoje ouço alguém dizer "você teria adorado eles se estivessem vivos".

Então eu tive um avô postiço, daqueles que eu brincava e ganhava presentes como se fosse neta de verdade. E no fundo, no fundo, eu era. Ele, o vovô Heli, marido de uma tia avó, acaba de virar uma estrelinha no céu. Foi embora ontem e deixou saudades. Acordei hoje com a notícia e fiquei um pouco atordoada. Não o via há alguns anos e sempre tinha notícias por um ou outro parente. A ficha tá começando a cair só agora. E tá sendo doloroso.

Era também meu padrinho de batismo. Quando mamãe ainda nem sabia que estava grávida, ele pegou na barriga dela e disse: "A Mayra está aqui". Então ela fez o teste, que deu positivo, e depois nasceu esta menina que vos fala. Acertou duas vezes: na gestação e no sexo da criança.

Seu único filho, o poeta Torquato Neto, se matou aos 28 anos. Nem ele nem minha tia avó foram os mesmos depois da tragédia, mas ele tentava manter a alegria de viver. Viveu do jeito que quis. Era um personagem, uma caricatura. Amava intensamente e sempre soube demonstrar isso. Soube aproveitar muito bem seus 92 anos de vida. Foi bom enquanto durou.

A estrelinha subiu. Hoje a noite vou olhar pro céu e sei que ele vai estar lá sorrindo pra mim, como fazia quando ia me pegar na casa da minha avó pra passar o final de semana nas férias. O céu hoje vai ficar mais feliz, com certeza. E aqui embaixo a gente se conforta com o calor e a lembrança daquele sorriso.

Beijinhos com saudade.

sexta-feira, setembro 17, 2010

Um é pouco, Dois é bom. E eu quero é mais...


Às vezes é preguiça. Às vezes é só falta de tempo mesmo. E, às vezes, é vontade nenhuma de escrever aqui no blog. Simples assim.

Pois bem, andei sumidinha, de fato. Viajando feito doida. Porque depois que a pessoa aprendeu o caminho do aeroporto ficou impossível. Que eu já gostava de um cartão de embarque não era novidade pra ninguém. E depois que eu resolvi que 2010 seria o ano dos pousos e decolagens, a coisa desandou de vez. Até enjôo de aeroporto eu já tive. Mas passou, rapidinho. Quando não é a passeio, vou a trabalho. Acabo de chegar de Inhotim, em Minas Gerais. Lugar fantástico que merece um post só pra ele depois. Mas só depois.

Mas eu também andei aprendendo coisas novas que tomaram minha atenção. Uma delas é que eu virei tuiteira. Não, pessoa antenada que sou, eu não tinha a manha da parada. Eu não sou nenhuma campeã de audiência - nem quero - mas estou me divertindo com essa ferramenta. O melhor é que eu fiz uma conta há mais de um ano e já tinha mais de 100 seguidores sem nunca ter tuitado nada. Isso é que é índice de popularidade, néam? Lula que se cuide. Continuar assim, bato os 78% de aprovação dele fácil. Hehehe.

brincando de internet nos últimos dias. Desbravando, descobrindo e procurando sarna pra me coçar. Sim, porque não basta a pessoa ter blog, participar de redes sociais, cozinhar no cafofo pra vizinhança, estudar pra tentar mestrado e o escambau. Ela tem também que inventar coisas pra ocupar o tempo que anda sobrando. Deixa tudo andar direitinho que vou atualizando vocês das minhas novas empreitadas. Eu sempre tô me metendo onde não devo.

E nas minhas andanças de mulher-solteira-viajandona-tuiteira, descobri que preciso encontrar um meio termo nos meus textos aqui do Milk Shake: raciocinar entre os 140 caracteres do micro-blog e os muuuuitos caracteres dos meus posts é um bom exercício. Dá até pra perder calorias e ficar (mais) gostoso passar por aqui. E aproveita que tá aqui na página e clica ali no link pra me seguir no Twitter. Eu não falo nada que se aproveite não, mas pouca gente fala. Então pronto. Cada um no seu quadrado e fica todo mundo feliz. A vida é assim mesmo. Como diria a Clarice Lispector: uma missão secreta que nos cabe cumprir todos os dias.

Beijinhos de tuiteira amadora que tá voltando ao mundo milkshakeano.