sexta-feira, setembro 09, 2011

A Princesa e seu Castelo


Sumi, né? Dei um tempo daqui, cansei de vocês, cansei do mundo, deste blog... Mentira! Eu tava era alucinada administrando a reforma do meu apartamento e quase pedi pro mundo parar pra eu descer. Não tá fácil pra ninguém.

Existem determinados talentos que são realmente inatos. Tocar obra, por exemplo, é um deles. Descobri nos últimos meses que não tenho nenhuma vocação pra lidar com pedreiro, bombeiro e qualquer outro "eiro" que envolva uma reforma. Aliás, eu tive a certeza de que nunca vou construir nada nesta vida (de alvenaria, digo). Sim, eu tenho meu lado princesa.

E enfim eu me mudei de casa esta semana. Saí do meu lindo cafofo para o meu lindo castelo. Fiz um upgrade de 70 para 95 metros quadrados de pura felicidade. E sabem por que? O apartamento é meu em sociedade com meu irmão. Sem mais. Nada melhor do que morar no que é seu, não é mesmo? Não joguei no Pião da Casa Própria do Sílvio Santos mas foi como se fosse. E como todo apartamento antigo, precisava de reparos, muitos reparos.

Enfrentei a situação com unhas e dentes. Eu tinha janelas e portas pra trocar, piso pra arrumar, paredes pra pintar e buracos pra tapar. A primeira coisa que descobri é que não se deve nunca (eu disse NUNCA) acreditar nos prazos que te dão para entrega do serviço. Eles mentem, acredite em mim. Lição número dois: se você reforma a janela, vai ter que mexer na parede. Se quebrar a porta, vai ter que mexer no piso. E se recuperar o piso, vai ter que retocar o rodapé. E assim, su-ces-si-va-men-te. Ou seja, mudar uma coisa significa mudar várias outras e nessa brincadeira, o salário ó, não dá nem pro cheiro.

Outra coisa interessante é desbravar o incrível mundo dos materiais de construção. Olha que eu gosto de lidar com coisas de casa, gosto de decoração, gosto de detalhes. Mas daí a saber qual é o melhor rejunte e massa corrida, ultrapassa meus limites. Todo os dias o responsável pela obra me ligava pra dizer uma coisa diferente: "Ô Dona Mayra, tem que trocar a soleira da porta também que tá rachada, compra de granito!". Soleira? Que porra é essa? "Dona Mayra, vai ter que comprar outra tinta porque do lado de fora a cor é diferente. Mas traz látex acetinado, viu?". Hein? "Dona Mayra, compra o alizar de 17cm porque sua porta é mais larga!". Alisar quem? Eu quero a minha mãe!

Depois de muita dor de cabeça, stress, vontade de me jogar pelas janelas novas enforcada no cabo de força, deu tudo certo. Quer dizer... está dando. Porque agora começam as benfeitorias (gente, adoro essa palavra!) que serão realizadas comigo dentro do imóvel. Ahã. O bom é que agora não há pressa, não há desespero e nem a frustração de pensar que está gastando com algo que não será seu. Assim como o tempo, a despesa não pára, mas o gosto de investir no que é da gente não tem preço (cadê a Mastercard numa hora dessas?).

A mudança foi um fardo. Decidi que encaixotaria tudo eu mesma. Consegui juntar em dois anos o que acho que não juntei nos outros seis em que morei sozinha. Como o ser humano acumula coisas, né? Principalmente um ser humano de 1,58m, espevitado que atende pelo nome de Mayra. Tudo bem que 50% da minha tralha são coisas de cozinha. E não fala nada não porque você pode ser o próximo a usufruir do que esses utensílios fazem, tá?

Ainda cercada de caixas (foram umas 30, juropordeos!) estou muito feliz! Meu castelo está ficando cada vez mais parecido comigo e com cara de lar. E digo com veemência: se tiver que me meter em obra de novo, pago alguém pra fazer isso por mim. É que nem cerimonial de casamento: é caro mas você contrata pra não ter dor de cabeça, pelo menos é o que reza a lenda... Deixa eu acreditar nisso um pouquinho, vai?

Beijinhos com cheiro de tinta e sinteco novos.

sexta-feira, julho 15, 2011

A carteira perdida - o desfecho



E então, quatro dias depois do cara perder a carteira, eu achar e perder de novo, ele me manda uma mensagem no Facebook (confesso que me tremi toda quando vi. Com que cara eu ia dizer que a carteira não estava mais comigo?) :

"Mayra, muito obrigado. Já peguei a carteira com o Ricardo no hotel. Valeu mesmo. Abraços."

Que Ricardo?? Que hotel, cara pálida?? Um ponto de interrogação foi gravado na minha testa naquele instante.

Eu devia ter ficado feliz com o desfecho final da saga da carteira duplamente perdida e tocado a vida. Afinal, ele a tinha recuperado. Mas não. A pulguinha atrás da minha orelha não permitiu que eu desse o caso por encerrado. Respondi ao moço:

"Que boa notícia! Espero que ela tenha chegado a você da mesma forma que eu a encontrei, pois houve uns contratempos entre ela sair das minhas mãos e chegar às suas..."

Que phyna eu sou, não é mesmo? É claro que eu plantei a semente da dúvida na cabeça do cara. Em poucos minutos, recebi uma resposta: "O que aconteceu, Mayra???". Assim, cheinha de pontos de interrogação. Então eu resolvi ser má. Ah, o cara demorou quatro dias pra me dar notícias de vida e agora eu vou passar o texto todinho assim, de bandeja? De jeito nenhum!!! Eu quis me divertir um pouco e incorporei o Sherlock que habita meu ser.

Demorei 24 horas pra responder. É isso aí. E ainda pensei: a carteira já tá com ele, oras, então não tem problema eu dizer a verdade, né?

Fui lá e contei, sem riqueza de detalhes, o que havia acontecido. E terminei com a frase-clímax: "Quem é Ricardo? Que história é essa de hotel?". Ser viciada em Rubem Fonseca faz isso com a gente.

Só que o cara resolveu entrar na minha onda de criar expectativa, mistério, luxo, poder e sedução (tá, nem tanto) e demorou outras 24 horas pra me responder. Ai cacete!!! Ansiosa como sou, nunca me arrependi tanto de inventar moda... Nesse meio tempo, fiquei viajando no que ele ia estar pensando: "Essa mulher é uma louca!!!". Ou: "Que história ótima!". Aí já comecei a pensar que a gente ia marcar um café e rir disso tudo, virando os melhores amigos do mundo. Sim, eu assisto muita comédia romântica. Detalhe que eu só vi a foto 3x4 dele na habilitação, porque no Facebook tinha uma criança sorrindo. Um verdadeiro tiro no escuro, porque a gente sabe que ninguém fica bem em foto de documento. Nem o Brad Pitt, aposto.

Aí ele só escreve assim: "Segunda-feira esse Ricardo me ligou dizendo que tinha encontrado minha carteira num táxi e que estava hospedado num hotel. Fui lá e peguei. Essa história dava um livro, hein?".

Tem senso de humor. Gostei. E olha, um livro eu não sei, mas já rendeu dois posts deste blog. Minha única questão pra sossegar de vez com isso tudo, era esclarecer a dúvida maior: como esse tal de Ricardo ligou pra ele se eu revirei aquela carteira inteirinha e não achei telefone nenhum? Será que ligou pra tal Karina? Decifrou algum código que eu não pesquei? O que esse Ricardo tem que eu não tenho??? Respondi mais uma vez perguntando isso em poucas linhas.

A resposta? O crescente soar de grilos: cri-cri-cri-cri-cri. Sim, meus amigos, nunca mais esse moço me respondeu. Nunca mais deu notícias de vida. Nunca mais disse uma simples palavrinha. E eu, querendo aplicar o que aprendo nos romances policiais que leio me saí uma péssima detetive, sem ter o principal desfecho da minha história.

Bom, pelo menos o cara tá lá com a Cartier-Paris de volta no bolso, né? Perdeu a chance de um café divertido na vida dele. Só digo isso. Porque eu sou uma pessoa de bom coração e sempre disposta ajudar o próximo, mesmo quando ele está bem feinho na foto da CNH.

Beijinhos faltando uma peça do quebra-cabeças.

terça-feira, julho 05, 2011

Achada e Perdida


Eu costumo dizer que minha mãe é um personagem de tirinhas de jornal. Toda semana tem uma história diferente, engraçada, digna de ser contada pras pessoas. Então eu descobri que realmente sou filha dela e não fico muito longe de ser um desses personagens também. Sabe aquelas pessoas que você diz "têm coisas que só acontecem com você?", pois é, sou eu. Quem conhece este blog há muito tempo, sabe disso.

E este final de semana aconteceu mais um episódio que merece virar post. Aliás, quando comentei com as pessoas do ocorrido, foi a frase que eu mais ouvi: "essa tem que ir pro blog". Por isso, cá estou.

Mayroca já não é uma pessoa muito tranquila, ou melhor dizendo, que fique muito tempo parada, sem aprontar alguma coisa. Pegando o embalo desse meu ritmo de vida, fui me divertir numa festa famosa em Brasília, da escola Vivendo e Aprendendo. É gente que sai pelo ladrão, duas pistas de dança e um povo pra lá de bonito. Lá fui eu, marcar minha presença.

Tudo começou quando resolvi visitar um banheiro químico. Depois de terminado meu serviço, ao lado do rolo de papel eu encontrei uma carteira perdida. Isso mesmo. Alguém esqueceu ou deixou cair uma carteira "Cartier, Paris" (sim, sim, sim) com tudo dentro e devia estar louco à procura, pensava eu.

(Nota mental: por que as pessoas insistem em sair pra balada com todos os documentos, cartões, talões de cheque e carteirinhas de mil coisas diferentes? Principalmente quando sabem que vão encher a cara, deveriam deixar o máximo possível de coisas em casa pra evitar maiores dores de cabeça provenientes não apenas do álcool.)

Guardei a carteira na minha bolsa e procurei uma seção de Achados e Perdidos na festa. Não encontrei. Mas confesso que também não procurei com tanto afinco, pois estava mais empenhada em dançar que qualquer outra coisa. Pensei: "amanhã eu dou um jeito de localizar essa pessoa e devolvo tudo pra ela". Ok.

Acordo no domingo e lembro que tinha uma boa ação a ser feita. Reviro a carteira do cidadão à procura de qualquer pista que me ajudasse a entrar em contato com ele. Descobri que cursou Contabilidade na UnB, frequenta bons restaurantes (comprovantes de cartão hoje só servem pra isso, pra alguém saber melhor da sua vida e deixar a carteira mais gorda) e que passa muitos cheques (canhotos e canhotos). Nada aparecia pra facilitar a minha vida. Eis que encontro um pedaço de guardanapo escrito em letras tortas "Karina" e um telefone rabiscado. Mas aí eu pensei: "E se essa Karina foi alguém que ele conheceu na night e mal conhece? E se ela não quiser que ele ligue de volta? Pior!! E se eu ligar e ela achar que eu sou a mulher louca do cara querendo tirar satisfações?". No way! Deixei o papel ali de stand by e continuei minha busca por outra forma de contato.

No meio disso tudo, me arrumo pra ir pro Pontão do Lago Sul, complexo de restaurantes e área de lazer que reúne a maior concentração de carros de bacanas por metro quadrado em Brasília. Peguei um táxi e fui encontrar uns amigos, já que meu destino era uma cervejaria e provavelmente eu não passaria num bafômetro na volta pra casa. Pouco antes de sair de casa, tenho a brilhante idéia de jogar o nome do infeliz proprietário de uma carteira perdida no Facebook pra ver se descubro alguma coisa. Bingo! O cara tava lá! O nome completinho!! Consegui mandar uma singela mensagem: "Oi, achei sua carteira na festa da Vivendo, me liga". Aliviada, decidi levar a carteira comigo, caso ele ligasse e já quisesse me encontrar pra resgatá-la. Ufa!!

Cheguei no Pontão no começo da tarde e saí de lá no começo da noite. Esse cidadão NUNCA me deu notícias. Ou não está preocupado com o que perdeu ou então é um desligado mesmo. Porque se fosse eu, já tinha acessado tudo o que eu pudesse pra saber se alguém estava com meus documentos. Ema, ema, ema, cada um com seu problema. Da cervejaria fui pra outro restaurante encontrar meu irmão e amigos, onde rolava um sambão. Dancei, me diverti e cansei. Peguei outro táxi pra casa, rumo aos braços de Morfeu.

Segunda-feira eu acordo e vou me preparar pra mais uma semana que começa. Dia longo no trabalho e muita coisa pra fazer. Pego minha bolsa pra ir trabalhar e... cadê a carteira do rapaz que estava aqui? O gato comeu!!! Isso mesmo, minha gente, eu perdi!!! E não adianta brigar comigo porque quem perdeu primeiro foi ele. Ora essa... Não estava na minha bolsa, não estava na minha casa e eu só posso pensar que deve ter caído no meio do samba ou no táxi (que eu peguei no meio da rua). Fiquei completamente alucinada procurando por ela e nada. Então relaxei e tive um momento Pollyanna: antes a dele do que a minha, bora combinar?

Nunca o termo "achados e perdidos" fez tanto sentido! Essa carteira criou pernas desde sábado e hoje já é terça. Até agora, ninguém se preocupou com ela, a não ser eu. E tô aqui fazendo mentalização pra que esse cidadão não me ligue nunca, porque eu até agora não sei o que vou dizer... "Oi... errr.... pois é, sua carteira tava comigo e agora não está mais! Veja que coisa!". Só fico na torcida pra que alguém com a mesma boa intenção que eu (ah, eu tentei, néam?) a tenha encontrado e consiga devolvê-la sã e salva. Porque achar uma carteira na Asa Norte e perdê-la no Lago Sul é uma coisa que só Mayra Cunha consegue fazer!

Beijinhos de quem tá até agora pensando que isso é uma pegadinha.

segunda-feira, junho 20, 2011

Eu, o Milk Shake e nós todos


Aí que eu trabalhava na Rede Transporte, TV da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e fazia boletins diários com notícias relativas ao tema. Passava o dia todo recolhendo notas e reescrevendo pra gravar em off (sim, já fui locutora). Nessa brincadeira, eu lia de tudo um pouco na Internet e nem existiam redes sociais ou blogs pra gente compartilhar as coisas legais. Foi aí que eu criei o Clipping da Maklovia. Explico.

Cada vez que eu encontrava uma notícia interessante, sobre qualquer assunto (na maior parte das vezes, do mundo bizarro), eu copiava e colava num arquivo de Word. Aí no fim do dia eu enviava esse arquivo por email pros amigos, que liam ou não (esse problema já não era meu). Um processo bem primitivo que funcionava bem (o que hoje a gente faz fácil-fácil num Facebook da vida). Até que um dia, um desses amigos me disse: "Mayra, faz um blog". Faz o que, meu amigo???

Eu, que não fazia a mínima idéia do que se tratava, do que seria esse tal de blog, tive uma resistência real e imediata à nova tecnologia. Na minha cabeça aquilo ia dar muito mais trabalho do que o meu Ctrl V + Ctrl C habitual pra fazer o Clipping. Mas como o que é bom a gente aprende rápido, logo estava eu postando as notícias e divulgando somente o link: sucesso total. Me senti "a blogueira". Foi aí que eu pensei: "Pôxa, eu podia criar um negócio desses pra compartilhar textos meus!". E aí nascia o Milk Shake, no final de 2001.

No segundo semestre deste ano, este blog (não necessariamente neste endereço) completa 10 anos de atividade. Sim, eu disse dez. Nem eu acredito que já se passou tanto tempo assim. No início eu me empolguei geral e escrevia todos-os-dias. Eu não tinha a real noção do alcance desse troço e falava da minha vida como se tivesse no telefone fofocando com as amigas. Exposição geral e irrestrita. Contava minhas peripécias de garota solteira, minhas trapalhadas de pessoa espevitada e comentava notícias com tons indignados, abraçando causas ou condenando certos preconceitos. Tudo com riqueza de detalhes. E os leitores adoravam. Aliás, quanto mais sórdidas, engraçadas ou pitorescas as histórias, mais visitantes eu tinha. O ser humano tem uma curiosidade patológica de saber da vida das pessoas.

O blog começou a dar o que falar na rede e eu achei que ele tinha que ficar mais bonitinho, com um layout próprio, mas eu não sabia fazer isso sozinha e não conhecia ninguém que pudesse me ajudar. Então arregacei as mangas, descobri um curso online de linguagem HTML e formatei ele inteirinho, fazendo tudo pelo código-fonte. Totalmente na raça e autodidata. E ele ficou bacana, digo pra vocês. Comecei a me comunicar com outros blogueiros, trocava dicas de templates (layouts pra web) e ferramentas para incrementar a página. Assim, fiz alguns bons amigos com quem mantenho relações até hoje (diga-se de passagem, até madrinha de casamento eu fui da minha querida Dona Baratinha). Eu entrei de cabeça nesse mundo, participando de encontro de blogueiros, mesas redondas e tudo mais. E sim, eu tinha (muito) mais o que fazer. Trabalhava, estudava, namorava e tinha vida social dentro e fora da Internet. Nem sei como.

Meu blog bombou. Teve uma repercussão que eu nunca esperei. Encabeçou a lista dos 10 melhores blogs da Globo.com por alguns meses, teve várias citações em jornais, foi selecionado pelo site GNT para ser indicado no site do canal por um mês inteiro. E eu confesso, não sei de onde tirava tanta história pra contar. Hoje eu fico "mais de mês" sem postar aqui e quando sento pra fazer isso, geralmente não tenho muito a dizer. Haja imaginação e disposição. Será que fiquei velha pra isso?

E nesses dez anos foram muitos textos publicados, muita saia justa, muitas declarações e elogios, muita rasgação de seda e compartilhamento de micos que paguei. O mais legal é ver até hoje alguns leitores fiéis, que me seguem pra onde eu vou (este já é o terceiro endereço onde hospedo o Milk Shake).

Eu podia esperar até o fim do ano pra comemorar esses 10 anos de blog, mas preferi fazer isso agora. Estou aqui pra agradecer, pra dizer aos que param uns minutos pra ler o que escrevo que o meu ânimo de manter esta página vem do retorno que tenho de vocês. Obrigada por cada comentário, cada email que vocês me enviam e enviaram ao longo desse tempo todo. Às sugestões, críticas e afagos. Aos discursos inflamados, dicas e reclamações. O Milk Shake só durou até hoje porque eu recebo o carinho de quem gosta das minhas (às vezes, maltratadas) linhas. E não, isso não é uma despedida, embora o tom pareça. É apenas uma celebração de algo que ainda pode (e deve) durar mais uns anos. Valeu por dividirem esse milk shake comigo. Tim-tim!

Beijinhos apagando velinhas antecipadas de parabéns.

terça-feira, maio 31, 2011

Eu só queria entender!



Eu só queria entender. Nada mais que isso. Somente entender porque Brasília, capital do país, não possui hoje um cinema dedicado ao circuito alternativo. Com a "morte" da Academia de Tênis, filmes cult que andam ganhando prêmios por aí e que sempre tiveram público cativo na capital federal, não têm mais onde serem exibidos. Eu só queria entender o porquê disso.

Não, eu não consigo compreender porque uma cidade hoje com porte de cidade grande, com títulos de terceiro pólo gastronômico do país ou o quarto lugar do Brasil em número de barcos, não investe em cultura. Ou melhor, não prioriza o bom cinema, dirigido a poucos e sucumbe aos blockbusters.

Longe de mim menosprezar o cinema comercial, eu mesma assisto ao que passa nas grandes salas. Mas eu só queria entender porque salas como o Embracine, instaladas em um shopping de luxo da cidade, acumulam dívidas e vai fechar suas portas. Um lugar que tinha como proposta em sua abertura, o mix de filmes pops, cults e nacionais. Sim senhor, a idéia era essa. Aqui o que não me deixa mentir:

As oito salas de cinema estão no CasaPark com o objetivo de atingir um público exigente, que gosta de conforto e qualidade e uma programação variada. A Embracine traz salas de alto nível técnico com 1500 lugares e a programação passa por uma curadoria rigorosa que inclui desde os sucessos de Hollywood, Cannes e Berlim até a cinematografia escandinava, brasileira, latino-americana, asiática, européia, além de mostras temáticas, sessões comentadas, projeto cinema-escola e programas de curtas metragens.

Alguém consegue me explicar - porque eu realmente não entendo - como a capital brasileira não tem onde abrigar com qualidade, o cinema que se faz pelo mundo? O cinema que muitas vezes nos diz o que as produções norte-americanas procuram esconder? Os clássicos que fazem parte da formação cultural de qualquer pessoa comum que tenha um mínimo de interesse pelo assunto? Justo uma cidade onde crescem os cursos de cinema em faculdades, não oferece programação diversificada? Será que estamos fadados a engolir o cinema comercial goela abaixo enquanto não aparece quem queira mudar isso?

Eu fico aqui me perguntando como é que estamos em 2011 e Brasília não possui um lugar destinado ao cinema alternativo. No início dos anos 90 (olhem que estou falando em vinte anos atrás), era possível assistir a bons filmes no Cine Brasília (cadê suas mostras de cinema de várias partes do mundo?), no Cinema da Cultura Inglesa (uma salinha pequena onde pude assistir alguns dos filmes mais importantes que já vi) e em outros lugares afins. Por que raios hoje não há um empresário ou quem-quer-que-seja, com condições de bancar isso, pra investir nas salas pequenas, fora dos shoppings, como Espaços Unibanco, UOL ou Itaú? Quem foi que disse que só em São Paulo e Rio de Janeiro há apaixonados pela sétima arte? Hein? Hein?

Eu tinha uns 15 ou 16 anos quando ia com minhas amigas, todo santo-domingo, de ônibus, ao Cine Brasília acompanhar a mostra que tivesse em cartaz. Hoje estou com 35 e não tenho essa opção! Tive o privilégio de conhecer a fase mexicana do cineasta espanhol Luís Buñuel, assistir clássicos como Casablanca, Encouraçado Potemkin e Psicose na telona. E na maior parte das vezes, de graça!!! Hoje... nem pagando!! Conheci o cinema dinamarquês quando não se falava em Dogma, tive acesso aos cinemas asiático e indiano (o famoso "Bollywood"). Foi nessa mesma época que pude descobrir, por mim mesma, que achava Godard um saco e que amava o Fellini mais do que tudo.

Hoje eu tenho uma irmã de 18 anos que estuda cinema e vez ou outra me pergunta onde encontrar esse ou aquele filme-referência pras suas pesquisas. E não falo só dos clássicos, mas do que é produzido hoje, que participa de festivais internacionais e não chega a Brasília porque não tem onde ser exibido. A opção é ir contra todas as teorias politicamente corretas contra a pirataria e baixar da Internet (Oi? Tô errada??). Porque nem as locadoras estão sobrevivendo pra ajudar a contar essa história. Quem tem uma resposta pra isso? Eu, honestamente, só queria entender.

Bejinhos revoltosos.

sexta-feira, maio 06, 2011

Envelhecer é perder amigos


Aviso logo: este não é um post divertido. E digo também: essa história de perder pessoas não é legal. Não mesmo. Eu queria saber porque desde que eu me entendo por gente se diz que o brasileiro não é educado culturalmente pra entender a morte e ninguém faz nada pra mudar isso. Hello? Os orientais e os mexicanos estão aí pra nos ensinar algumas coisinhas. Vamos tentar aprender com eles?

No último mês duas pessoas muito queridas se foram: um colega de trabalho e um dos melhores amigos do meu irmão, que eu via em casa desde que eram moleques. E quer saber? Doeu. E ainda dói. E a dor vem por vários motivos. É a revolta por terem morrido cedo (36 e 27 anos, respectivamente). É a impotência de não poder fazer nada pra mudar isso. É a raiva de uma doença diabólica como o câncer, que ninguém consegue prevenir ou dar jeito depois que ela chega e toma conta. É a esperança perdida depois de um traumatismo craniano causado por um acidente de carro bobo, razão de uma imprudência. É a sensação de querer voltar no tempo pra rever os sorrisos deles e dar um último abraço e ter que engolir seco a triste realidade.

No meu trabalho o clima entre os que conheciam nosso amigo foi o pior de todos. Comoção geral. Em casa, um irmão está com o coração despedaçado com sua primeira perda de verdade. E eu queria poder fazer alguma coisa além de sentir uma dor profunda e muita vontade de chorar quando revejo fotos ou se toca no assunto. Só posso dar meu alento.

É necessário saber lidar com a morte. É importante tentar entender como tudo isso acontece e que a vida segue, por piores que sejam as circunstâncias. É difícil controlar os sentimentos e a dor que toma conta da gente. Esses acontecimentos tristes me fizeram lembrar de uma aula de literatura em que o professor explicava a frase célebre de Fernando Pessoa: "Navegar é preciso, viver não é preciso". Nada mais impreciso que a vida. Nada mais complicado de se definir, criar regras e conduzir do que o ato de viver. E é por isso que a gente deve aprender a dizer o que o coração sente, abraçar quem a gente ama, transmitir e mostrar todo o carinho e amor que a gente sente pelas pessoas queridas. Ao menos nos dá a sensação de que elas foram em paz sabendo que não passaram por aqui em vão.

Infelizmente, eu não tive tempo de fazer isso com essas duas novas estrelinhas que estão no céu. Mas esses momentos fazem a gente refletir e ter vontade de mudar alguma coisa, nem que seja a forma de sofrer e de dar amparo aos que ficam.

Como dizia um conhecido que também já se foi: "Envelhecer é perder amigos". Uma pena que isso seja uma verdade tão dura de se aceitar.

Beijinhos consternados pra vocês. Sintam-se todos abraçados e beijados por mim hoje.

sexta-feira, abril 15, 2011

Recordar é REviver!


Quem nunca teve uma crise de nostalgia na vida que atire a primeira pedra. Eu atiraria várias. Vivo relembrando saudosa as coisas do passado. E não, eu não acho que quem vive de passado é museu, principalmente quando essas lembranças te trazem um sorriso besta na cara. Recordar é viver, já dizia o poeta.

Dias atrás reencontrei amigas de infância/adolescência para um vinhozinho no meu cafofo. Relembramos algumas coisas e no dia seguinte fiquei com aquela época boa na cabeça. E então vieram muitas e muitas lembranças de coisas vividas que os tempos não trazem mais (piegas mas é verdade). E como foi gostoso crescer em Brasília nas décadas de 80 e 90! Quando eu menos esperava, vinha um momento, um lugar, um episódio na minha memória. E então resolvi listar algumas dessas recordações pra reler quando as coisas estiverem tensas e então poder pensar como eu sempre fui feliz e que a vida é isso aí mesmo. Bola pra frente!

Lembrei da SAB, os supermercados do governo das entrequadras, onde eu ia ajudando a babá a empurar o carrinho de compras. E onde eu comprava meus ovos de páscoa.

Eu morava na 205 norte, aquela quadra do comércio mais tosco de Brasília. Adóravamos brincar de pique-esconde ali e corríamos pra casa quando um homem desconhecido se aproximava. Sempre uma de nós gritava "taraaaaaado" e todo mundo abria o gás no rumo do prédio. Era muito engraçado. E nem se falava tanto em pedofilia nessa época. Nesse mesmo comércio havia uma vendinha cujo dono, um senhor careca, nos vendia Baré Cola e Tutti Frutti pra gente tomar debaixo do bloco. E era lá que eu trocava as tampinhas de Coca-Cola pelo mini engradado.

E quando chovia? Esperávamos passar e então descíamos todos para escorregar na água que se acumulava no chão do prédio. Detalhe que o meu tinha o piso preto e voltávamos pra casa com os joelhos vermelhos do atrito e preto da cera.

E descer pra brincar com a turma? Combinar de ir comer crepe de banana - o Macaquito - no Truc's ou ir ao Cine Márcia, no Conjunto Nacional pra ver De Volta Para o Futuro ou Os Goonies. Também fomos ver a Boneca Eva, aquele passeio pelo corpo humano, no Parkshopping. Passávamos a semana combinando qual pai levaria e buscaria a gente pra matinê da Zoom, no Gilberto. Na noite do cometa Halley, sentamos na caixa do telefone (carinhosamente chamada por nós de "O Telefone") e ficamos até tarde esperando ele passar. Uns juram que viram. Nós meninas queríamos mesmo era ficar com a cabeça no colo dos meninos, com a desculpa de que estávamos olhando pro céu. Ahã.

Quando o vendedor de quebra-queixo passava com sua voz vibrante, gritando "quebra-queeeeeeeeeeeixô" debaixo da minha janela, eu não hesitava em descer pra comprar o meu. Ainda existe isso? Eu comeria um quebra-queixo hoje feliz.

Nessa época em Brasília existia uma rede de distribuidoras de doces chamada Campineira. Pra minha sorte, tinha uma loja pertinho da minha quadra. A gente desobedecia os pais, que nos proibiam de atravessar o Eixão, e íamos gastar a mesada lá, comprando caixas e caixas lacradas de Lollo, Sugus e pirulito do Zorro. Aos finais de semana, meus pais me levavam pra almoçar numa cantina italiana chamada Papardelle, em que os garçons distribuíam tampas de panelas pros clientes pra gente bater ao som da Tarantella. Um barulho dos infernos e uma alegria italiana que nós crianças adorávamos.

Na adolescência, íamos de ônibus ao Gran Circo Lar, ao lado da Rodoviária, ver shows legais de bandas da cidade que aconteciam por lá. Não me perdôo até hoje de ter perdido o Mano Negra quando veio ao Brasil. Subíamos a pé pra 104 norte pra ir também ao Bar Canal, botequinho que bombava de gente bacana pra ver os amigos tocarem com suas bandinhas e jogar conversa fora. De quebra, arrematar com o melhor cachorro-quente da cidade, que existe até hoje na mesma quadra.

Aos domingos a gente se juntava e ia pra Cultura Inglesa ou ao Cine Brasília, ver o filme cabeça que estivesse passando. Vi alguns filmes memoráveis lá, como Smoke/Don't Smoke do Alain Resnais e Os Amantes da Pont-Neuf, de Leos Carax. Faz falta na capital federal não existir mais um cinema de arte.

As lembranças não acabam. À medida que vou escrevendo, vão surgindo novas e novas. Pra não deixar este texto parecido com um tratado, entrego a vocês a incubência de me ajudarem a lembrar de coisas gostosas da infância. Vamos lá, atirem a primeira pedra!!

Beijinhos saudosos.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Que estouro! Que beleza de carrinho!


Sabe aquele brinquedo que você sempre quis e nunca teve? Tipo um Autoramas todo cheio-de-nove-horas e o máximo que seus pais te davam - e que podiam dar - era um carrinho de fricção pra você se virar como podia? Ou então aquela Barbie toda fresca e cheia de modelitos recém-lançada e que você tinha que se contentar com uma Suzy modelo basiquinho, solteirona, porque não rolava grana nem pra comprar um Ken, mesmo que genérico?

Pois é. Aí você vai crescendo e - pasme! - seus pais também. Quero dizer, eles prosperam, melhoram de vida e começam a fazer upgrades nos seus brinquedos. E então você ganha um super Ferrorama ou uma Barbie Lady-Gaga over-power-plus e fica se sentindo a pessoa mais importante do universo. É assim que eu estou me sentindo. A pessoa que passou de uma Suzy pra uma Barbie by Jean Paul Gautier. Explico em poucoas palavras: troquei de carro. Rá!

A diferença todas nas comparações acima é que não foram meus pais que puderam comprar, fui eu, o que deixa tudo muito mais interessante. E eu resolvi me dar um presente de gente grande. Decidi que precisava ter meu primeiro carro zero, meu primeiro carro com ar-condicionado, meu primeiro carro com direção hidráulica. Ou seja, meu primeiro carro de adulto. Aquele carro que você diz "quando eu tiver família vou ter um". Não constituí família ainda, mas e daí? Só sei que eu arregacei, botei pra quebrar.

No Piauí existe uma expressão que eu adoro: "desmantelo só presta se for grande". Quer dizer, mais ou menos, que se for pra fazer um estrago, que faça um estrago de responsa, um estrago pra ninguém botar defeito. O meu desmantelo foi passar de um carro mil (ou melhor, "sem") pra um carro "com".

Nunca dei a mínima pra carros. Pelo contrário, usei os meus até se acabarem sem me preocupar com o último modelo ou tempo limite de revenda. Meu dinheiro nunca foi direcionado pra isso. Portanto, eu abri uma concessão em causa própria. E estou feliz da vida. Meu carro novo, como toda conquista (inclusive a de quando comprei meu primeiro usadinho 1.0 show-de-bola) é lindo de morrer. No momento, o carro mais bonito do mundo. Tô querendo morar dentro, inclusive. Só não o faço porque meu cafofo tem o seu valor. Comprei um top de linha que tive até medo de dirigir quando tirei da concessionária. Juro pra vocês.

Ao receber meu novo carango, eu parecia aquela criança que tava indo escolher seu primeiro videogame e que quicava de alegria na loja. O vendedor tava vendo uma moleca e não parava de rir da minha empolgação. Levei minha fiel escudeira comigo pra conter meus impulsos. Então o vendedor vem me explicar, tintim por tintim, cada botão, compartimento ou acessório. Eu não deixava por menos. Nem ela.

Abrindo o porta-malas:
Vendedor: Aqui a senhorita vê que tem uma redinha de proteção pra carregar...
Eu (interrompendo o moço): Olha amiga!!! Vem lugar pra levar as crianças com segurança!! Que bacana essa redinha pra elas não irem sambando de um lado pro outro enquanto eu faço as curvas. Esses koreanos pensam em tudo mesmo. Que danadinhos.
Fiel Escudeira: Gente!! E tem puxadores pra elas fecharem a porta do porta-malas por dentro! Genial. Dá independência, né? Bacana mesmo.

Vendedor (rindo torto, sem saber se falávamos sério ou não, mostrando mil porta-trecos e o porta-luvas): Este compartimento é refrigerado. A senhorita pode colocar um refrigerante ou um suco que ele mantém geladinho...
Fiel Escudeira (interrompendo o vendedor): Refrigerante?? Meu bem, você acha que minha amiga se rasgou no meio pra comprar esse carro pra ter um porta-luvas refrigerado e levar suquinho?? Vai levar cer-ve-ja. Cerveja, ouviu bem? (E me dá uma piscadinha).

Então o vendedor me diz: Você escolheu uma placa fácil. Esses números te dizem alguma coisa? Têm algum significado pra você?
Fiel Escudeira (me interrompendo): É pra ela lembrar rápido quando for parada numa blitz bêbada e precisar falar pro guarda.
Vendedor: Vocês estão me assustando!!! (E riu).
Eu: Assustado você vai ficar quando eu tirar ele daqui. Eu só preciso aprender a dirigir antes. Ou o senhor acha que eu sei lidar com carro automático???

Depois dessa, me entregou as chaves, me disse um bom "Até breve e boa sorte" e lá fui eu feliz e contente pra casa mostrar meu novo mimo pra família orgulhosa. E sem deixar o carro engasgar nenhuma vez. Agora eu só tô pensando que preciso arrumar uma utilidade pra minha perna esquerda e pro meu braço direito, já que não piso mais na embreagem nem passo marchas. Acho que vou começar a fumar. Hahahahaha.

O melhor de tudo é poder encher o peito e dizer: "fi-lo porque qui-lo"!! É meu e eu mereço. Ah, se mereço. E sim, eu estou tirando onda. Porque não sei quando vou poder fazer isso de novo tão cedo, tá?

Beijinhos de quem tá em lua-de-mel com seu veículo novo e que não tira o dedo do botão do ar-condicionado quando entra nele.

terça-feira, janeiro 11, 2011

Doida demais!


A verdade é que eu sou uma pessoa muito doida.

Sou doida por esta cidade linda onde eu nasci e cresci.

Sou doida pelos meus amigos, que nunca me faltam, mesmo quando me decepcionam ou me magoam. Sou doida por eles mesmo assim.

Sou doida pela minha família, que tem uma árvore genealógica totalmente sem sentido e que todo mundo se diverte com toda a confusão existente nela.

Sou doida pelos meus irmãos, todos eles, sem tirar nem pôr. Os de sangue e os agregados.

Sou doida pela minha avó, segunda mãe, e sua personalidade ímpar que faz o mundo inteiro girar em torno dela.

Sou doida pelo meu cafofo, meu cantinho, meu castelo. O lugar onde esqueço do mundo e me escondo pra rir e chorar sozinha.

Sou doida pelo meu trabalho, pelo que faço e pela profissão que escolhi pra mim. Devo ser doida mesmo por ter optado pelo jornalismo. Uma arte pra doidos.

Sou doida por cinema, por literatura e por arte. Sou doida por tudo o que há de bom nessa vida e que pode me dar prazer.

Sou doida pelos lugares do mundo. Viajar e desbravar lugares bacanas.

Sou doida pra ganhar na Mega-Sena também. Pra conseguir fazer as viagens que me dão vontade na hora que me dá vontade.

Sou doida por culinária. Cozinhar, comer, degustar, beber. Oferecer aos amigos, fazê-los de cobaias, receber em casa. Ficar ansiosa pelo feedback do sabor que eu invento naquelas panelas.

Sou doida pela vida. E cada vez mais consciente de que a cada ano que passa fico mais doida ainda por tudo isso.

2010 foi um ano bom. Menos doido do que eu gostaria e um pouco mais doido do que talvez deveria. E 2011 espero continuar essa pessoa completamente doida pra viver e ser feliz.

Com um pouquinho de atraso - típico dos doidos como eu - um feliz Ano Novo pra você!

Beijinhos doidos demais!